“Apesar de…” o país volta a crescer
Nelson Tucci
Os portos gaúchos somam crescimento de 4,89% na movimentação de cargas. No Paraná, só as importações têm de 12% a 13% mais volume. Em Santos, o maior complexo portuário do país, março de 2021 contra março de 2020 mostrou crescimento de 30% no volume de cargas em contêineres e no acumulado do primeiro trimestre há registro de movimento recorde, com total de 35,3 milhões de toneladas, representando 11,1% a mais que no 1º trimestre do ano passado. Além do impulso da soja e do açúcar no comércio exterior, há um registro curioso: de janeiro a abril deste ano o Brasil exportou 700 toneladas de ovos (a maior, em cinco anos).
O aeroporto de Viracopos, em Campinas/SP, teve 12,8% mais passageiros; as companhias aéreas já retomam seu valor de mercado pré-pandemia; e, no último dia 20, a Volvo retomou o 2ª turno na produção da unidade paranaense, para dar um gás no seu modelo campeão de vendas. A Volkswagen Caminhões também cresce e, antes, a Anfavea, a associação das montadoras, apontava a produção de 13,1 mil caminhões em abril (com alta de 5% sobre março). O primeiro quadrimestre de 2021, comparado com igual período de 2020, mostra aumento de 83,9% nos pesados.
Para completar este quadro animador, a New Holland anunciou novas linhas de tratores, mas deixou um aviso: podem tirar o olho dos modelitos T8 e T9, porque tudo o que a fábrica produzir até o final do ano já está vendido! Alegando estratégia, não divulgou números, mas garante que crescerá por volta de 15% neste ano – apesar da pandemia e da falta de componentes. E depois da Guerra, fabricante de implementos rodoviários, ter falido há quatro anos, este ano voltará à cena, agora reestruturada e disposta a lutar por uma fatia de mercado. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de tratores e máquinas agrícolas cresceram 22,3% no primeiro trimestre do ano, comparado ao 1º trimestre de 2020.
Do lado da economia macro, os números também não fazem feio. Depois de uma recessão histórica, provocada pela pandemia em 2020, este ano a economia mundial deverá crescer em torno de 6%. O Brasil, estima o Banco Central, deverá ficar na casa dos 3,6%. Mas existem outras apostas. O Bradesco BBI, que estimava em 3,3% o PIB de 2021, reviu o número para 4,5%. O Itaú ficou em 4% na última avaliação e os bancos internacionais, como Credit Suisse, UBS, Bank of America e Goldman Sachs, elevaram os prognósticos para 3,8%, na média.
De tudo, a conclusão óbvia é que o país está em rota de crescimento, apesar da pandemia, de um governo muitas vezes confuso, e de carências sociais a serem resolvidas (como os 14 milhões de desempregados). O difícil é saber exatamente quanto, mas que cresce, cresce.
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