Edição 356 Setembro 2024
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Sábado, 12 De Outubro De 2024
Editorias

Publicado na Edição 355 Agosto 2024

Pets transmissores da raiva urbana

Pets transmissores da raiva urbana

Eduardo Ribeiro Filetti

A raiva é uma doença viral contagiosa que pode ser contraída por mamíferos, como cães, gatos, morcegos e cavalos. Anteriormente, era chamada de hidrofobia, pois alguns animais não conseguem beber água que acontece pela paralisia da musculatura mandibular. Sendo uma zoonose, pode ser transmitida ao homem através da mordida, arranhão ou pela salivação do animal em contato com uma ferida.

Cães e gatos são transmissores da raiva urbana, enquanto a raiva rural é transmitida pelos morcegos hematófagos, ou sugadores de sangue. Sendo assim, cães e gatos devem ser vacinados uma vez por ano. Filhotes a partir de três meses já podem receber a vacina, e as fêmeas em gestação devem aguardar o desmame dos filhotes.

Os sintomas da raiva se apresentam com diversos aspectos, dificultando assim uma padronização. Há duas modalidades do vírus: a raiva nervosa ou paralítica, que apresenta sintomas como tremores, convulsões, câimbras e paralisia; e a raiva agressiva, que deixa o animal afônico, sem beber água e agressivo. As duas podem apresentar estado febril, tremores, vômito, apatia e grande quantidade de salivação.

Pela literatura, a raiva não tem cura, é 100% fatal. Mas existem três casos no mundo, inclusive um no Brasil, onde os médicos conseguiram salvar os acometidos desta terrível doença. Porém, as pessoas ficaram com sequelas graves. Somente com a vacinação previne-se o animal da doença. Observando-se alguns sintomas, deve-se prender o animal e consultar um veterinário. Jamais soltá-lo ou matá-lo, somente o veterinário pode confirmar o diagnóstico. Matar animais de estimação em nosso país é crime!

No ser humano que for mordido, quando não houver condições de observar o animal suspeito, por morte ou fuga, deve-se imediatamente tomar a medicação. Caso o animal seja vacinado ou fique em local fechado deve ficar em observação para que os médicos vejam qual será a melhor terapia.

Graças aos órgãos governamentais e médicos veterinários, a Baixada Santista está sem casos dessa doença há 20 anos. Mas não podemos descuidar e devemos vacinar os nossos animais de estimação anualmente.

Como podemos acompanhar nos noticiários a vacina antirrábica pública em alguns anos apresentou problemas e foi suspensa mais a situação já foi normalizada, segundo informa a acessória do governo estadual. As clinicas particulares continuaram vacinando normalmente pois utilizam vacinas importadas da França, Holanda ou Estados Unidos.

Eduardo Ribeiro Filetti médico veterinário, professor universitário, mestre em Saúde Pública e membro da Academia Santista de Letras.

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