Atendimento animal eficiente com PPP
UM GRUPO formado por ativistas ambientais e defensores da vida animal de Santos demonstrou, no ano passado, descontentamento com a atuação da Coordenadoria de Defesa da Vida Animal (Codevida), subordinado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que não estaria cumprindo sua função e diminuiu substancialmente o atendimento na cidade.
Em São Vicente, neste início do ano, um cão foi mordido por uma jararacuçu (cobra bastante venenosa) no bairro Humaitá. O animal sobreviveu graças ao soro antiofídico fornecido por nossa clínica, que atua 24 horas, pois a Municipalidade não possuía a medicação.
Estes episódios apenas reforçam a ideia de que para atender os animais de forma competente os municípios poderiam adotar a estratégia da Parceria Público Privada, conhecida pela sigla PPP.
É comum faltar medicamento nos órgãos públicos. No caso de São Vicente, essa espécie de cobra costuma entrar em residências e para combater seu veneno é necessário um soro caro, que custa em média R$ 600, com validade restrita. Por isso, sem sempre as Prefeituras possuem o medicamento. Também são necessários soros para aranhas e escorpiões.
Já houve alguns avanços no setor de zoonose das Prefeituras, que é responsável em prevenir doenças do ser humano para o animal e vice-versa. Temos médicos veterinários abnegados, por exemplo, mas, é preciso mais, ou seja, mais profissionais, mais material e um trabalho de conscientização das crianças nas escolas. Com um simples vermífugo é possível curar uma zoonose, uma toxoplasmose, cujo gato é o hospedeiro. Zoonose é para cuidar de doenças e não para castrar animais, cirurgias e outros serviços.
Em Santos, os protetores estão reclamando da Codevida, que, por sua vez, informa que está fazendo castrações. Porém, há equívocos, pois há gente com poder aquisitivo que utiliza o serviço. O ideal é que o serviço público atenda por bairros com prioridade para as pessoas que não possuem condições. O que um cachorro que vive em uma cobertura vai impactar na rua?
Outra questão é o funcionamento do equipamento público, que não pode fechar nos feriados prolongados e finais de semana. Nestas ocasiões os veterinários particulares que estão abertos acabam atendendo em solidariedade, o que não é justo, pois também pagam os impostos para que o serviço funcione de forma eficiente. Também é preciso conscientizar sobre a guarda responsável e não a simples posse, que é relacionada a objeto, um relógio, por exemplo.
Sobre o castramóvel, esse tipo de equipamento não é reconhecido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, que considera que ele não proporciona condições totais de atendimento. Além disso, sai muito mais caro do que uma clínica fixa.
Hoje, a criação de um Hospital Veterinário público não adiantaria. Antes disso é preciso corrigir as deficiências existentes. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, gastou R$ 10 milhões para construir o hospital veterinário, os canis estão lotados e o atendimento saturado. O gasto mensal é de cerca de R$ 1 milhão e o hospital atende, praticamente, só a classe média. Além disso, a conta não fecha: em média, é cobrado entre R$ 80 e 100 por consulta; o hospital de São Paulo faz 600 consultas por mês e a Prefeitura gasta R$ 1 milhão. Se a Prefeitura de Santos pagar para os veterinários R$ 50 por consulta, dá para fazer mil atendimentos com R$ 50 mil. Cinco clínicas, por exemplo, resolveriam a demanda da Cidade.
Nosso entendimento é que só há um jeito de resolver o atendimento público aos animais: uma Parceria Público-Privada (PPP). Apresentei a sugestão a todos os candidatos a prefeito de Santos, em 2016, o que foi introduzido em praticamente todos os planos de governo.
É muito mais barato fazer uma PPP com alguns veterinários do que construir um hospital veterinário. Nossa clínica será ampliada com um espaço adequado e vamos oferecê-lo como PPP para as Administrações. Os prefeitos precisam pensar nisso.