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Publicado em 14/04/2018 - 9:14 am em | 0 comentários

Susan Hortas/Secom-PMS

Santos conclui obra para prevenir impacto ambiental na Ponta da Praia

Santos conclui obra para prevenir impacto ambiental na Ponta da Praia

A construção da barreira para minimizar os impactos das ressacas e diminuir o processo erosivo na Ponta da Praia, em Santos, foi concluída com a instalação do último dos 49 bags preenchidos com areia da praia. O anúncio foi feito ontem pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa após vistoriar o local.

Ele explicou que a empresa contratada agora vai nivelar os bags para atender ao que está estabelecido no projeto piloto proposto pelos professores da Unicamp, Tiago Zenker e Patrícia Dalsoglio Garcia.

A faixa de areia entre o canal 6 e o Aquário, onde está instalado o canteiro de obras, permanecerá interditada para que os equipamentos sejam retirados, o que deve ocorrer até o final da próxima semana.

“A partir de hoje (13), vamos verificar se os bags estão sedimentados, analisar também os impactos na vida marinha e verificar como a barreira está influenciando na energia das ondas”, disse o prefeito.

Já na próxima semana, os autores do projeto piloto estarão em Santos para fazer o levantamento topográfico da área. Os resultados da barreira servirão para definir as intervenções definitivas para conter o processo erosivo.

“É importante ressaltar que esta solução é inédita no Brasil”, acrescentou Paulo Alexandre: “Ela será monitorada pelos técnicos da Unicamp, que vão produzir relatórios detalhados, inclusive sobre o ‘engordamento’ da praia, que é um dos objetivos do projeto. Este é um problema de décadas, e a Prefeitura tomou providências para solucionar e devolver esse espaço para o munícipe e também para os nossos turistas”.

A barreira construída em formato de “L” tem mais de 500 metros e é formada por 49 bags. A estrutura paralela à praia serve para diminuir a energia das ondas. A outra, a partir da mureta da orla, na altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima, vai ajudar a armazenar areia no local. Cada saco tem 25 metros de extensão e, depois de preenchido com a areia, pesa cerca de 300 toneladas.

O processo erosivo observado no local foi acentuado a partir de 2011. Com o avanço do mar e a perda da areia, a estrutura urbana fica mais exposta aos efeitos das ressacas. Em 2016, dois grandes eventos destruíram as muretas e o Deck do Pescador. O mar também invadiu prédios e clubes da Ponta da Praia.

Para acelerar a recuperação da faixa de areia, a Prefeitura continuará fazendo o “engordamento” mecânico da praia, levando o sedimento da região do canal 2 para a Ponta da Praia por caminhões.

O projeto piloto foi anunciado pela Prefeitura no dia 6 de dezembro de 2017. Dias depois, a proposta foi apresentada aos moradores da Ponta da Praia em audiência pública. No dia 3 de janeiro, a faixa de areia entre o canal 6 e o Aquário foi isolada para a instalação do canteiro de obras.

Dez dias depois de iniciados os trabalhos, a obra foi suspensa por decisão judicial. O pedido de interrupção partiu do Ministério Público Estadual, que entendia ser necessária a licença ambiental. No dia 2 de fevereiro, parecer técnico da Cetesb atendendo à determinação da Justiça em mandado de segurança impetrado pela Prefeitura concluiu pela dispensa do licenciamento ambiental.

Foram 24 dias de paralisação, até que no dia 6 de fevereiro o trabalho foi retomado com a autorização da Justiça. No dia 17 de fevereiro o primeiro bag foi instalado.

A obra do projeto piloto custou R$ 2,9 milhões, recurso liberado pelo Ministério Público Estadual e que é resultado de multa ambiental por acidente ocorrido no Porto de Santos.

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