Edição 363 Abril 2025
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Quinta, 24 De Abril De 2025
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Publicado em 1/04/2025 - 7:17 am em | 0 comentários

Divulgação

Negra Arte Sacra celebra 75 anos de resistência e cultura do Axé Ilê Obá

Primeiro terreiro de Candomblé tombado no estado de São Paulo

Negra Arte Sacra celebra 75 anos de resistência e cultura do Axé Ilê Obá

A exposição Negra Arte Sacra celebra os 75 anos do Axé Ilê Obá, uma das mais importantes casas de Candomblé e resistência à intolerância religiosa no estado de São Paulo. Além de homenagear o legado do primeiro terreiro de Candomblé tombado no estado, a mostra, de 10 a 13 de abril, convida o público a refletir sobre a importância da arte sacra afro-brasileira na construção da identidade cultural do país.

Em 1990, após trabalho de Mãe Sylvia de Oxalá, o Axé Ilê Obá, na capital paulista, foi reconhecido como patrimônio histórico pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Hoje, 35 anos depois, a casa de Axé se mantém firme, fortalecendo seu compromisso social, político e religioso, como pilar de resistência e identidade para a comunidade negra, e para todos que buscam um espaço de reverência aos Orixás.

A escolha do Axé Ilê Obá para abrigar a exposição é uma forma de reafirmar que a arte e a religiosidade se encontram, ressignificando a história de um Brasil marcado por violências e silenciamentos. “Axé Ilê Obá vai além de um terreiro ou um espaço religioso, é um ponto de resistência, um lugar onde a história do povo negro se fortalece e se perpetua. Celebrar esses 75 anos é reafirmar nossa luta por liberdade e respeito”, destaca Mãe Paula de Yansã.

Ao longo de quatro dias, a exposição dará voz e visibilidade a artistas que, por meio de suas obras, dialogam com a arte sacra, e ao mesmo tempo com as lutas de resistência negra. Esses artistas não apenas reinterpretam os símbolos religiosos, mas os carregam de novos significados, reverenciando a cultura afro-brasileira e criando um elo direto com a história das religiões de matriz africana no país.

Além da exposição, todos os dias o terreiro contará com eventos abertos ao público, confira a programação:

10 de abril. Vernissage (abertura da exposição a partir das 19 horas), mensagens de agradecimento e abertura oficial pela Yalorixá Mãe Paula de Yansã. Apresentação de vídeo-performance de Rosana Paulino

11 de abril. Portas abertas do terreiro, a partir das 10 horas. 19 horas, mesa de debate com os acadêmicos Joaquin Terrones, do MIT, Patrícia Santos Teixeira, da Unifesp, e Renata Melo Barbosa, da UnB.

12 de abril. Portas abertas do terreiro. 19 horas, mesa de debate com Damaze Lima, artista plástica, Marcelo d’Salete, quadrinista e professor, e as artistas plásticas Monica Ventura e Sheila Ayo.

13 de abril. Portas abertas do terreiro. 15 horas, concentração para o cortejo de maracatu com o grupo Caracaxá.

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