Incor coleta hoje dados de fumantes de cigarro eletrônico
Em ação alusiva ao Dia Mundial Sem Tabaco, fumantes que consomem apenas cigarros eletrônicos podem comparecer hoje, das 9 às 14 horas, no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, 2.073, na capital paulista, para medição de concentração de nicotina no sangue.
A campanha, promovida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), acontecerá no espaço do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP (Incor). Serão atendidas as primeiras 400 pessoas que retirarem senha. Os dados coletados farão parte de pesquisa do Incor em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) Faculdade de Odontologia do Campus São José dos Campos, para identificar danos que o cigarro eletrônico pode causar na mucosa bucal, em função de alterações biomoleculares decorrentes da nicotina e de outras substâncias não identificadas presente no vapor inalado.
A medição também servirá de alerta aos participantes usuários de cigarros eletrônicos, diz a médica Jaqueline Scholz, coordenadora da Área de Cardiologia do Programa de Tratamento ao Tabagismo do Incor e uma das coordenadoras do estudo. Isso porque “os níveis de nicotina contidos nestes dispositivos podem ser tão altos quanto os dos cigarros comuns”. Além da medição de nicotina no sangue, será feita também avaliação da saúde bucal dos pacientes, para verificar o comprometimento da mucosa decorrente do consumo de cigarros comuns ou eletrônicos.
Lançado em 2003 por uma empresa chinesa, o cigarro eletrônico tem caído no gosto popular em vários países, principalmente entre os jovens, seja como alternativa ao cigarro comum, banido de lugares públicos e escritórios, ou como forma de um potencial redução de danos do tabagismo.
O crescente consumo do produto lança um sinal de alerta na saúde pública, já que praticamente não existem pesquisas científicas no mundo que comprovem a eficácia do produto e, mais importante, seu efeitos deletérios para a saúde.
O alerta torna-se ainda mais sério na medida em que pouco se sabe sobre a composição do produto, uma vez que sua venda no Brasil não é permitida. “Existe a suspeita de que a concentração de nicotina indicada pelo fabricante não seja fidedigna, pois não ocorre a devida fiscalização”, alerta Jaqueline.