Imersão virtual na biologia e desafios de conservação do albatroz
Estima-se que 30 a 40 mil albatrozes morrem anualmente, vítimas de diferentes ameaças, como a captura incidental pela pesca, mudanças climáticas e ingestão de resíduos plásticos. São aves oceânicas, que passam a maior parte da vida em alto-mar e, por isso, são desconhecidas do público. Para trazê-las ao conhecimento de pessoas de todas as idades e sensibilizá-las sobre a conservação dessas aves, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, lançou a exposição virtual “Albatroz e a Jornada Atlântica”, que pode ser visualizada em www.projetoalbatroz.org.br
Das 22 espécies de albatrozes que existem ao redor do mundo, 11 sobrevoam águas brasileiras ou interagem com navios pesqueiros. Essas são as principais estrelas da exposição, uma vez que estão mais próximas do país e são comumente avistadas por navegadores, pescadores e cientistas que trabalham em mar aberto. Para encantar o público, a mostra virtual apresenta, com recursos de foto, áudio, vídeo e ilustração, as principais características dessas aves, seus comportamentos singulares, detalhes da sua biologia, e também informações como o status de conservação, essenciais para entender a importância de sua conservação.
Algumas das curiosidades que o público pode conhecer na exposição dizem respeito à forma com que os albatrozes se comunicam, por que têm maturidade sexual tardia e colocam apenas um ovo por temporada, os detalhes do cuidado parental, como constroem seus ninhos, o espetáculo da corte entre os casais, adaptações biológicas para enfrentar temperaturas extremas, e muitas outras.
Entre as espécies apresentadas está o albatroz-viageiro (Diomedea exulans), que tem a maior envergadura entre todas as aves oceânicas: até 3,5m da ponta de uma asa à outra. Ele surpreende não só pelo tamanho, mas pelas longas viagens que empreende desde ilhas subantárticas até o litoral brasileiro em busca de águas mais quentes e comida abundante. Essa espécie é classificada como vulnerável pela Lista Vermelha da IUCN, dispondo de cerca de oito mil pares reprodutivos e 20 mil indivíduos ao redor do mundo.
Outro grupo de aves abordado na exposição são os petréis, aves que também interagem com a pesca e se reproduzem no Atlântico Sul, porém são menores e mais numerosos: das 137 espécies existentes, 35 ocorrem em nossos mares.
A ideia de criar uma exposição virtual surgiu ainda durante a pandemia, como uma forma de alcançar um público maior e mais diverso, por meio do ambiente digital. De acordo com a assessora de comunicação do projeto, Tatianne Fonseca, a instituição idealizou uma atmosfera visual com elementos dos ambientes em que as aves oceânicas vivem, usando o design e as tecnologias disponíveis, para encantar o público: “Queríamos impactar com um estilo diferente do que costumamos realizar em nossos materiais educativos. As ilustrações foram feitas na estética paper art, com texturas e cores vibrantes para trazer um estilo moderno. Esse estilo consegue reunir em seu visual lúdico agradável para pessoas de diferente faixa etária”. O projeto visual da exposição foi criado pelo designer Felipe Ferreira.
Ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 4 (educação de qualidade) e 14 (vida na água), a exposição almeja popularizar esse grupo de aves, seu ciclo de vida, bem como a importância da conservação das espécies. “Esperamos que no final da exposição as pessoas reflitam sobre a nossa relação com os animais e o oceano, além de estimular a mobilização para conquistarmos um oceano saudável”, frisa Tatianne: “O nosso desafio é sempre entregar o conteúdo científico traduzido para o público em uma linguagem mais popular e acessível a todos”, aponta a coordenadora de comunicação do Projeto Albatroz, Juliana Justino. “Nesta exposição, trouxemos os recursos visuais em toda página como um forte aliado para compilar o conteúdo de uma forma mais atrativa para o público”.