Fhoresp alerta que prejuízo no Turismo da Baixada Santista impacta 52 setores
A onda de virose na Baixada Santista, a falta de água no litoral Norte e os arrastões ocorridos no Guarujá preocupam a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade, que representa mais de 500 mil empresas, recebeu relatos de cancelamentos de reservas nesta temporada e prejuízos no Turismo. Com receio de piora na situação com a debandada dos visitantes, a entidade oficiou o governador Tarcísio de Freitas, para que tome providências, no sentido de mitigar danos.
Entre os pedidos feitos pela federação, em documento protocolado ontem, está a articulação com autoridades sanitárias estaduais e locais para a adoção de medidas emergenciais e preventivas relacionadas ao surto de virose que afeta o litoral Sul desde meados de dezembro. De acordo com a Fhoresp, embora este tipo de enfermidade seja mais comum nesta época do ano, há na Baixada Santista um “agravamento desproporcional” e que se funde a outro problema não menos importante: os arrastões.
“É um combo explosivo: virose em surto e arrastões. É o ‘apagão’ do nosso litoral. Dias atrás, turistas ainda foram assaltados e baleados no Guarujá. Um, infelizmente morreu. O Estado precisa intervir, nas áreas Ambiental, Sanitária e na Segurança Pública. Senão, o Verão, um dos períodos mais fortes para o Turismo, será catastrófico para o setor. Essas ocorrências, afinal, afastam o turista. Sem contar que, muitos hotéis, restaurantes e bares do litoral dependem da alta temporada para sair do vermelho e compensar o baixo fluxo ao longo do ano”, alerta Édson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.
O litoral paulista é o destino preferido para as férias de Verão e tinha taxa de ocupação esperada de 95% para a virada de ano, segundo a Fhoresp. Sobre a virose, o representante da entidade ainda faz um alerta quanto à confiança do turista para o resto do ano: “Desde dezembro, milhares de pessoas que passaram pela Baixada Santista procuraram ajuda médica por conta de virose. Mesmo com as subnotificações, que são significativas, os contaminados, entre munícipes e visitantes, abarrotaram postos médicos e farmácias. Não se sabe se este surto está acontecendo por causa da água do mar, ou da água corrente. O problema é isso interferir na opinião do turista. Será que ele vai se sentir seguro em voltar para a Baixada Santista? A imagem do nosso litoral está seriamente comprometida”, acrescenta o representante da federação.
Dias antes do Réveillon, moradores e visitantes de Santos, Praia Grande e de Guarujá começaram a relatar casos de vômito, dor abdominal e diarreia. Unidades de Pronto-Atendimento (PA) ficaram superlotadas. Nas farmácias, também foi registrada a falta de remédios para combater os sintomas. A situação teve um pico nos primeiros dias do novo ano e ainda não está controlada: “Os empresários do Turismo fazem investimentos em equipamentos, contratação de mão-de-obra extra e compram estoques maiores, pois, em regra, vão ter maior demanda nesta época do ano. Agora, o momento é de grande apreensão. Já temos relatos de cancelamentos de reservas, e não somente nos hotéis, mas, também, de locações residenciais de temporada”, disse Édson, que também não descarta demissões no setor de hotéis, restaurantes e bares, uma vez que, os prejuízos no Turismo da Baixada Santista já impactaram 52 setores da Economia: “Podemos ter, inclusive, desemprego, caso essa situação persista”.
No ofício endereçado a Tarcísio, a Fhoresp aponta, ainda, a falta de abastecimento de água no Litoral Norte – outra região de alto fluxo nas férias de janeiro: “Sem água potável, a permanência dos turistas e o próprio funcionamento de todo o trade turístico acabam sendo prejudicados”.