Edição 359 Dezembro 2024
Edição 359Dezembro 2024
Sábado, 14 De Dezembro De 2024
Editorias

Publicado em 4/11/2022 - 6:55 am em | 0 comentários

Divulgação

Festival de cultura da diversidade celebra “Toda forma de existir”

Evento trará 119 filmes de 35 países

Festival de cultura da diversidade celebra “Toda forma de existir”

Celebrando “Toda forma de existir”, o Festival Mix Brasil chega a sua 30ª edição ocupando oito espaços culturais de São Paulo. Com uma programação majoritariamente presencial, o evento inova mais uma vez, incluindo experiências de realidades estendidas em sua programação, na íntegra em www.mixbrasil.org.br

De 9 a 20 de novembro, o festival trará 119 filmes de 35 países e de 12 estados brasileiros, experiências XR vindas da França, Holanda, Taiwan, China e Chile, 6 espetáculos teatrais inéditos, shows musicais, literatura, performances, palestras e workshops sobre temas relevantes para comunidade Lgbtqia+, Show do Gongo, além de homenagear com o prêmio Ícone Mix a artista multimídia Linn da Quebrada.

O Festival abrirá no dia 9 de novembro para convidados com o filme brasileiro “Três Tigres Tristes” de Gustavo Vinagre, vencedor do prêmio Teddy de Melhor longa no Festival de Berlim e inédito em São Paulo. A abertura também contará com a première do “Projeto Flâneur #Experimento nº1”, que levará o público a flanar pelas histórias das minorias Lgbtqia+ pelo centro da cidade de São Paulo, mesclando as instalações em realidade virtual e aumentada com performances presenciais.

O Panorama Internacional traz títulos, a maioria inéditos no Brasil, de diretores e atores que tiveram suas obras premiadas e selecionadas nas últimas edições dos festivais de Cannes, Berlim, Sundance, San Sebastian, Locarno, Tribeca, Toronto e Frameline. Entre os destaques estão “Close” de Lukas Dhont, que estará presente no Festival – seu filme foi o vencedor do Grand Prix no Festival de Cannes e indicado da Bélgica ao Oscar; “Algo Que Você Disse Ontem à Noite” de Luis De Filippis, levou o prêmio Sebastiane do Festival de San Sebastian; “Túnica Turquesa” de Maryam Touzani, Prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes, “Nelly & Nadine” de Magnus Gertten, vencedor do Teddy de Melhor Documentário em Berlim, conta a história real de duas mulheres que se conheceram em um campo de concentração; e “Girl Picture”, Prêmio do público em Sundance e indicado da Finlândia ao Oscar 2023.

Já “Fogo-Fátuo”, exibido na Quinzena dos Realizadores no Festival de Cannes; e “Winter Boy”, seleção oficial do Festival de Toronto, são os novos filmes do português João Pedro Rodrigues e do francês Christophe Honoré, respectivamente. Na lista dos internacionais ainda estão “Sublime” de Mariano Biasin, eleito o melhor filme Latino em San Sebastián; “Antes Que Eu Mude de Ideia” de Trevor Anderson, melhor atuação para Vaughan Murrae no Festival de Locarno; “Casa Susanna” de Sébastien Lifshitz, seleção oficial de Veneza; “The Five Devils” de Léa Mysius, protagonizado pela atriz francesa Adèle Exarchopoulos (de “Azul É a Cor Mais Quente”) e seleção oficial do Festival de Cannes; “O Amor” de Shariff Nasr, Seleção oficial do Frameline; e “Objetos não Identificados” de Juan Felipe Zuleta, prêmio do público no Outfest Los Angeles.

Amazonas, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo representam a cinematografia nacional nos oito longas e médias que compõem a Mostra Competitiva. Os títulos concorrendo ao Coelho de Ouro de melhor filme brasileiro são: “A Filha do Palhaço” de Pedro Diógenes, prêmio melhor atuação no Cine Ceará; “Germino Pétalas no Asfalto” de Coraci Ruiz e Julio Matos, melhor trilha sonora no Festival Guarnicê; “Paloma” de Marcelo Gomes, melhor longa da Première Brasil no Festival do Rio, “Panteras” de Breno Baptista, seleção oficial do Queer Lisboa; “Regra 34” de Julia Murat, vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno; “Transe” de Anne Pinheiro Guimarães e Carolina Jabor, “Três Tigres Tristes” de Gustavo Vinagre; e “Uýra – A Retomada da Floresta” de Juliana Curi, eleito pelo público como melhor documentário no Frameline.

Já na programação de curtas-metragens, poderão ser assistidos filmes das cinco regiões do Brasil. Na Mostra Competitiva de Curtas, são 14 filmes de diversos estados, trazendo um retrato dinâmico da viva e efervescente produção brasileira de curta-metragem. Outros trabalhos nacionais e estrangeiros compõem os 12 programas de curtas divididos pelos temas: “Campos de Batalha”, “Comedy Queers”, “Contos da Pérsia”, “Corações Indomáveis”, “Descolonize Minha Corpa”, “Gen Z”, “Lesbianas”, “Pais, Mães e Filhes”, “Pele Selvagem”, “Sweet & Sour” e “Crescendo com a Diversidade”, este último destinado ao público de todas as idades. Os curtas da Competitiva Brasil estarão disponíveis online no Sesc Digital a partir de 14 de novembro.

A Spcine participa do 30º Festival Mix Brasil promovendo o MixLab SPcine, com mesas, workshop e um bate-papo com o cineasta belga Lukas Dhont, que discute suas ideias sobre o cinema e seu processo criativo em uma conversa com jovens realizadores brasileiros dentro do MixLab Spcine. Toda a programação será na Biblioteca Mário de Andrade. A parceria com a Spcine também é representada por alguns títulos dos programas Queer.doc e Reframe que serão exibidos dentro da plataforma Spcine Play (www.spcineplay.com.br), de 14 a 23 de novembro.

Ao completar 30 anos, o MixBrasil inclui na sua programação experiências XR de realidades estendidas. Essas imersões, as primeiras Lgbtqia+ XR já realizadas na América Latina, vêm da França, Holanda, Taiwan, China e Chile e ganham instalações específicas no Festival. Os visitantes vivenciam experiências que misturam diferentes linguagens e recursos tecnológicos que tratam para tratar de temas como parentalidade pós-humana, transhumanismo, prazer feminino e diferentes identidades de gênero.

Entre elas estão “Projeto Flâneur #Experimento nº1” que conta com ações interativas e imersivas, levando o público a flanar pelo centro da cidade de São Paulo; “Parentalidade Pós-Humana em Realidade Híbrida”, experiência transmídia que convida casais ou solteiros à ‘procriar’ digitalmente em uma clínica pós-humana usando Inteligência Artificial e simulação visual; “Lady Sapiens – The Experience”, uma viagem no corpo de uma mulher caçadora da era paleolítica; “Lips” convida o público a entrar em um corpo feminino para despertar seu desejo, por meio de toques privado e “No Vapor”, em uma sala cheia de neblina, silhuetas de homens, sozinhos, em pares ou em grupos, abandonam-se à exploração de sua sexualidade.

Ainda no campo tecnológico, o evento traz a mostra de NFTs “Encruzilhada Blockchain”, que reúne artistas Lgbtqia+ de práticas distintas no campo das artes: de carnavalescos a artistas olfativos, passando por escultores digitais, cineastas e performers. Suas obras apresentam estados de transição, corpos tornando-se outros, paisagens naufragadas e distorcidas, passando do natural ao artificial, do digital ao analógico.

Há mais de 20 anos o teatro tem sido uma constante no Festival Mix Brasil. Este ano seis espetáculos inéditos foram selecionados a partir do edital “Dramática” – valorizando a cena teatral Lgbtqia+ nacional. São eles: “Útero de Eva” de Sophi Saphirah, no ultrassom, o médico e a mãe pensam que Evaristo é um menino. Ele revela ser Eva, e “Distrito T – Capítulo 1” de Ymoirá Micall, apresenta um recorte sobre um ambiente distópico, também conhecido como lugar nenhum, onde corpos dissidentes confluem ideias.

Completam a seleção as peças “Requiem de Guerra”, de Giovana Lago e Don Giovanni, um jovem rapaz tem a delicadeza exorcizada de seu corpo, “Gênero Sapatão” de Natalia Mallo, “Chechênia: um estudo de caso” , parte das inúmeras notícias sobre a violenta política institucional contra homossexuais perpetrada pela Chechênia, “O Sacrifício de Cassamba Becker”, de João Victor Toledo, sobre uma grande atriz depauperada impecável que finalmente se aposentou e hoje chama de lar o lixão de alguma praia perdida Brasil afora.

As estreias acontecem entre os dias 10 e 15 de novembro no Teatro Sérgio Cardoso e serão disponibilizadas a partir nas plataformas digitais do #Mix e #CulturaEmCasa (https://culturaemcasa.com.br/).

O tradicionalíssimo “Show do Gongo” – em que desapegados realizadores apresentam seus vídeos para o julgamento do público do Mix Brasil, cabendo à fabulosa Marisa Orth traduzir o anseio popular e decidir se os filmes serão gongados ou avaliados pelo júri, volta ao Centro Cultural São Paulo. A plateia mais enlouquecida do Brasil se reúne no dia 16 de novembro a partir das 20 horas.

O Mix Music, primeiro festival de música voltado para o público LGBTQIA+ no Brasil, traz a cantora Assucena, depois de seis anos à frente da banda As Baías a artista apresenta seu show solo “Minha Voz e Eu”; Animais Obscenos, alia música, artes cênicas e performance, o show é parte integrante do espetáculo “História do Olho – Um conto de fadas pornô-noir”, e O Nascimento de Vênus, segundo disco ao vivo de Filipe Catto, marcando sua transição de gênero como uma pessoa trans não-binária e trazendo ao público também um filme/espetáculo/documentário. O evento traz ainda o esperado Mix Music Novos Talentos no Centro Cultural São Paulo com a apresentação sempre divertida de Silvetty Montilla.

O Mix Literário completa cinco anos unindo autores queer de todo o Brasil. Para comemorar, nesta edição haverá um encontro presencial com a grande escritora-violinista Léonor de Récondo. Com curadoria de Alexandre Rabello, a programação tem ainda Workshop de escrita criativa queer, lançamento do livro “Vagas Notícias de Melinha Marchiotti”, de João Silvério Trevisan, além de mesas com a participação de nomes fundamentais do mercado editorial nacional, autores e editores que discutem o lugar da comunidade LGBTQIA+ na produção literária, além de lançamentos editoriais e sarau.

Entre os destaques estão encontros e lançamentos sobre a edição revista e ampliada de “Seis balas num buraco só”, de João Silvério Trevisan, “Palavra de escritora, acadêmica e puta: fricções entre a confissão e a ficção” com a escritora argentina Camila Sosa Villada, “Cartas, segredos, confissões: a intimidade queer sob lente de aumento” com Stênio Gardel e André Mung, “Como contar para as crianças: a emergência de uma literatura infantil de temática queer” com Raphaela Comisso e Janaína Leslão e André Romano, além de outros encontros com escritores que a comunidade queer brasileira e internacional tem revelado e sobre obras que ensinam.

O Mix Talks traz debates sobre Realidade virtual Lgbtqia+, temas atuais e relevantes, como: “Encruzilhada Blockchain – Exu e a produção Lgbtqia+ de NFTs”, “As Subjetividades como Atos Perfomáticos” e “Feminismo: Protagonismo Feminino na Esfera Digital”.

Com direção de André Fischer, direção executiva de Josi Geller e direção de programação de Cinema de João Federici, o 30º Festival Mix Brasil ocupa oito espaços culturais de São Paulo: CineSesc, Espaço Itaú Augusta – Salas 3 e 4, Centro Cultural São Paulo – Salas Lima Barreto e Paulo Emilio, salas do Circuito Spcine, MIS – Museu da Imagem e do Som de São Paulo, Teatro Sérgio Cardoso e Centro Cultural da Diversidade. Mas, o público de outros estados do Brasil não ficará de fora. A partir de 14 de novembro o Festival disponibiliza uma programação gratuita on-line.

O evento é uma realização da Associação Cultural Mix Brasil, Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e conta com a iniciativa da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Unilever, Mercado Livre, Itaú e Spcine e apoio do Sesc e Biblioteca Mário de Andrade.

Responder