Edição 356 Setembro 2024
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Domingo, 06 De Outubro De 2024
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Publicado em 22/05/2024 - 7:04 am em | 0 comentários

Divulgação

Festival do Café de Serra Negra apresenta os cafés produzidos na região

Evento valoriza os cafés especiais

Festival do Café de Serra Negra apresenta os cafés produzidos na região

De sexta-feira a domingo, 24 a 26, Serra Negra realiza o 3º Festival do Café, organizado pela Prefeitura, Associação dos Produtores de Cafés Especiais do Circuito das Águas Paulista (Acecap) e Visite Serra Negra, como parte do Festival do Café e da Cachaça do Circuito das Águas Paulista. Com características genuínas, o café da região vem se destacando entre os cafés especiais do Brasil, principalmente por sua doçura extra, o que gera a brincadeira que já foi adoçado no pé, e tem conquistado prêmios nos principais concursos do país.

O festival visa divulgar os cafés especiais do Circuito das Águas Paulista, sua evolução nos últimos anos, ensinar o público a tomar e degustar cafés de qualidade, deixando aos poucos o café “extra forte” para dar lugar a um novo aprendizado. Pretende ainda tornar o produto reconhecido por suas características e propriedades únicas, o que tem sido tema de pesquisas científicas e deu início a um processo para obter indicação geográfica – IG do Café do Circuito das Águas Paulista.

Essa classificação é concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e mostra, sobretudo, que um local ou região tem reputação por produzir um determinado produto, cuja tipicidade e notoriedade ganharam fama. A tradição, o modo de fazer e as características naturais do ambiente influenciam na qualidade final. Mais conhecida no mundo do vinho, a Indicação Geográfica (IG) é um selo que reconhece uma área de vinha determinada, dentro de um país e pela sua qualidade diferenciada, é o caso, por exemplo do “Vinho do Porto”, de Portugal, e da “Champagne”, da região de Champagne, na França. A indicação geográfica é um processo que reúne várias contribuições, sendo um reconhecimento nacional e internacional, de que aquele produto é único e possui características únicas.

O café é um dos produtos identitários de Serra Negra, ligado a história de formação da cidade, e que avança cada vez mais como produto premium. Na última década, o Circuito das Águas Paulista notadamente migrou do café de commodity para o café especial, impulsionado também pelo movimento mundial da segunda e terceira ondas do café. A decisão tem dado bons frutos e já desdobra em cafés premiados, de altíssima qualidade para o consumidor, melhor rentabilidade para os produtores, sustentabilidade para um café de montanha, com características de topografia e relevo e no desenvolvimento de produtos associados, um deles é o turismo de experiência, que incrementa a produção agrícola e valoriza ainda mais o café da região.

Quem visitar o festival vai conhecer esse universo dos cafés do Circuito das Águas Paulista, seus produtores, a maioria associados à Acecap, que foi criada em 2018 para unir esforços dos produtores em busca de mais qualidade do café e promover essa riqueza do café especial produzido na região, e por meio do festival, promover e oferecer essa experiência para conhecer o produto.

De acordo com dados da entidade, a região reúne hoje 1.800 produtores, com 7 mil hectares de plantação de café, colheita média de 192 mil sacas de 60 quilos, cuja produtividade chega a 30 sacas por hectare. O resultado vem em sua maioria de pequenas e médias propriedades, muitas vezes lideradas por mulheres cafeeiras, com até 50 hectares de produção, o que resulta em um café de produção familiar, muito bem cuidado em todas as suas etapas e com muita tradição, passada de geração em geração, alguns chegando à quinta ou sexta geração, especialmente de imigrantes italianos que se instalaram nas fazendas de café da região no século XIX. Há também uma nova onda de cafeicultores, que vieram à região atraídos pela qualidade de vida, vocação agrícola e características produtivas.

A região é apontada como ideal para o cultivo do produto, por conta do solo e altitude, melhoramento de variedades advindo das pesquisas do Instituto Agronômico (IAC), além de amplitude térmica com diferentes temperaturas (calor de dia e frio à noite) dentro de uma estabilidade equilibrada, que valoriza a maturação da fruta e resulta na principal característica do Café do Circuito da Águas Paulista, a doçura acentuada e marcante. “Diferente de qualquer região do Brasil, nosso café tem uma doçura aguçada, que se brinca por aqui que o açúcar é colocado no pé de café”, explica a presidente da Acecap, Silvia Fonte, que é proprietária do Sítio São Roque e se dedica a expansão do café orgânico entre os cafés especiais, tendência também em alta na região.

De acordo com o barista e mestre em torra, Fernando Gomes Moreira, que atua com os cafés da região há 9 anos e acompanha toda essa evolução, o Circuito das Águas Paulista tem clima e altitude favoráveis à produção de um café privilegiado, que chega ao auge de suas características com o desenvolvimento do cultivo de cafés especiais na região, com esse movimento de transição por um café de maior qualidade. De acordo com estudiosos, a soma do terroir da região e a elevação do nível do mar são fatores diferenciais e que se destacam na qualidade do café do Circuito das Águas Paulista, o que provoca nuances únicas à xícara.

Dentre outras características, o preenchimento de boca, que resulta em um café extremamente aveludado, com acidez de frutas amarelas, notas de frutas secas, nozes, caramelo e chocolate, às vezes, floral, sabores e características mais encontradas no café da região.

No festival será possível conhecer e experimentar os cafés produzidos na região, conhecer os produtores, além de diferentes preparos da bebida, venda de produtos e atrações musicais todos os dias. O evento apresenta ainda diversos produtos locais, como licores, vinhos, cervejas, chocolates, quitutes, guloseimas, bolos, doces, lanches, entre outros.

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