Especialistas da cannabis medicinal debatem impactos da Resolução do CFM
Para esclarecer a Resolução nº 2324/2022 do Conselho Federal de Medicina (CFM), será realizada hoje, às 19h30, mesa redonda com médicos pioneiros na prescrição de cannabis medicinal no país, bem como advogados especializados nesse setor. Ao vivo, on-line e gratuito, o encontro é direcionado a todos os interessados no tema, desde profissionais da saúde e pacientes, até o público em geral.
Além de abordar a situação com embasamentos científicos e técnicos, os profissionais irão compartilhar suas visões e expertise no assunto para elucidar sobre os benefícios da cannabis medicinal aos pacientes de diversas patologias, com o intuito de promover os avanços que esse tipo de tratamento merece no Brasil, rompendo preconceitos. Eles ressaltarão que, mesmo com o anúncio da medida, nada muda na prática e os pacientes poderão continuar o tratamento com canabinoides e não apenas um dos canabinoides, o CBD, como prevê a nova regulamentação. As inscrições podem ser feitas pelo link www.sympla.com.br/mesa-redonda–os-impactos-da-resolucao–do-cfm-n-2324-a-sociedade__1764720
Esse tipo de tratamento é algo muito avançado em outros países, como EUA, Canadá e Alemanha, importante a milhares de pacientes no mundo todo tratados com os canabinoides da planta. Por isso, na mesa redonda, os especialistas irão explicar por que anúncios como esse atrapalham a sociedade como um todo de avançar, reforçando preconceitos, e inibindo a atuação de novos médicos que buscam ingressar nessa área.
Hoje, menos de 4% dos médicos no Brasil já prescreveram ou prescreveram cannabis medicinal. Essa situação torna-se ainda mais grave se considerarmos que, segundo a Anvisa (2022), 15 milhões de brasileiros podem ser beneficiados com tratamentos à base de Cannabis. Entre eles, pacientes com diversas doenças, tais como autismo, Parkinson, Alzheimer, dores crônicas, doenças oncológicas, depressão, ansiedade, insônia e muitas outras. Além disso, tais resoluções geram dúvidas a inúmeros pacientes que já se beneficiam do tratamento, que ainda é pouco acessível e muito caro a quem quer utilizá-lo, por conta de todos esses empecilhos, como a desinformação e a legislação ultrapassada.
É por essa razão que os profissionais da área, desde médicos a advogados, têm se unido para debater o assunto. “Esperamos atingir o máximo de pessoas com informações ricas, esclarecedoras e baseadas em evidências científicas, para que anúncios como esses não nos calem, não tirem nossa liberdade como médicos, e não nos impeçam de fazer o que mais almejamos, que é curar e tratar pessoas, a nossa missão profissional e de vida”, explica uma das participantes do debate, Ailane Araújo, pioneira em cannabis medicinal no Brasil e fundadora do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI). Entre os participantes, nomes emblemáticos, como os médicos Ailane Araújo, Ana Hounie, Flávio Alves, Mário Grieco, Rubens Wajnsztejn, Wellington Briques, clínico geral e acupunturista, com especialização em Medicina Farmacêutica e Medicina Canabinoide. Atualmente é Chief Medical Officer do Instituto Butantan e médico na Clínica Integrativa Dr. Briques, e os advogados, Emílio Figueiredo e Rafael Vieira.