Enfim, reativada a navegação na Hidrovia Tietê-Paraná
O governador Geraldo Alckmin participou ontem da reativação da navegação na Hidrovia Tietê-Paraná, no trecho entre o km 99,5 do reservatório de Três Irmãos e a eclusa inferior de Nova Avanhandava. A hidrovia é gerenciada pelo Departamento Hidroviário (DH), órgão vinculado à Secretaria de Logística e Transportes, e beneficia diretamente os Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná.
“Hoje ė um dia histórico, a mais importante hidrovia brasileira do ponto de vista econômico, que liga os maiores centros produtores do agronegócio. Esta reabertura ė fundamental para o nosso país, em termos de competitividade, de redução de custo e de logística”, explicou o governador ao reativar a navegação na cidade de Buritama.
O ponto estava interrompido para a passagem de embarcações, desde maio de 2014, em decorrência do baixo nível dos reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira. A navegação no trecho será reativada com o calado de 2,80 metros, estabelecido pelo Departamento Hidroviário a partir da manutenção da cota dos reservatórios definida em 325,94 metros pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão federal responsável pelo setor energético. A retomada da navegação representa a geração de empregos e contribui para a redução de custos das produções, já que esse tipo de transporte apresenta custos operacionais inferiores a outros modais. Além disso, a hidrovia oferece vantagens logísticas ao contribuir para reduzir o tráfego nas estradas.
Esforços e ações foram empreendidos pelo Governo do Estado, por meio das secretarias de Energia e de Logística e Transportes, junto ao Operador Nacional do Sistema (ONS), para que houvesse o gerenciamento das águas dos reservatórios localizados nos rios Tietê, Grande e Paranaíba, possibilitando assim o nível de armazenamento necessário para restabelecer a navegação. A partir disso, em agosto do ano passado, foram iniciadas as operações para transferência de água dos reservatórios localizados a montante de Três Irmãos e Ilha Solteira. O cenário de chuvas registrado nas últimas semanas também contribuiu para o aumento dos níveis. Com isso, o Departamento Hidroviário reabre a hidrovia antes mesmo da previsão inicial, que era fevereiro deste ano.
A Hidrovia Tietê-Paraná ocupa importante papel no escoamento de cargas, além de ser um dos principais corredores de exportação do país. De 2006 a 2013, a quantidade de cargas cresceu de cerca de 3,9 milhões de toneladas para 6,3 milhões de toneladas. Alguns dos principais produtos transportados são: milho, soja, óleo, madeira, carvão, cana de açúcar e adubo. Com a reativação da passagem de cargas de longo percurso, a projeção de movimentação na hidrovia, em 2016, é superar o montante de 6,3 milhões de toneladas de cargas registrado em 2013. Para o ano de 2017, a expectativa é de que essa quantidade suba para 7 milhões de toneladas.
A suspensão da navegação do trecho, em Buritama, atingiu as cargas de longo percurso vindas de São Simão (GO) e Três Lagoas (MS), que compreendem soja, milho, celulose e madeira. No restante do trecho paulista da hidrovia, houve navegação de cana de açúcar e areia. No ano em que o ponto foi interrompido, em maio de 2014, foram movimentados 4,6 milhões de toneladas de cargas. Já em 2015, o movimento registrado foi de 4,5 milhões de toneladas.
A hidrovia Tietê-Paraná possui 2.400 quilômetros de extensão, sendo 1.600 quilômetros localizados no Rio Paraná, administrado pela Ahrana – Administração da Hidrovia do Paraná (ligada ao Ministério dos Transportes), e 800 quilômetros no rio Tietê, sob responsabilidade do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo. A hidrovia integra um grande sistema de transporte multimodal, abrangendo os Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. Conecta áreas de produção aos portos marítimos e serve os principais centros do Mercosul.
O Departamento Hidroviário executa o Programa de Modernização da Hidrovia Tietê-Paraná, que prevê investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão, conforme convênio assinado entre o Estado e o Governo Federal, em 2011. Deste montante, R$ 900 milhões são provenientes da União e R$ 600 milhões do Tesouro do Estado. O programa tem como objetivo realizar melhorias e modernização no trecho paulista da hidrovia.