Construção deve apresentar retração de -2,5% em 2020, apura SindusCon-SP
O PIB (Produto Interno Bruto) da construção brasileira deverá fechar o ano de 2020 com variação negativa de -2,5% na comparação com 2019. Em 2021, a construção deverá crescer 3,8%. As projeções foram apresentadas pelo presidente do SindusCon-SP, Odair Senra, e pelo vice-presidente de Economia da entidade, Eduardo Zaidan.
Segundo o presidente, uma grande preocupação do setor é o aumento dos preços dos materiais de construção que já estão refletindo nos custos das obras e a expectativa é que esse impacto avance pelo primeiro trimestre de 2021, podendo refletir na retomada do setor e consequentemente no nível de empregos.
A coordenadora de Projetos da Construção da FGV, Ana Maria Castelo, também participou do encontro. De acordo com a Sondagem da Construção da FGV/Ibre, todos os indicadores da média do índice de atividades mostram a retomada da construção, mas ainda irão apresentar variação negativa no ano.
O total de empregados com carteira assinada no setor em outubro de 2020 é de 2.305.334, o que representa um saldo líquido no ano até outubro (admissões – demissões) de 138,4 mil trabalhadores. Na variação em 12 meses, no acumulado do ano até outubro, as vendas de cimento cresceram 10,1% comparado ao mesmo período do ano passado.
O volume de vendas de materiais de construção no varejo acumula alta de 7,8% no ano, enquanto a produção tem queda de 4,7%.
Entre as principais ameaças para o setor em 2021, a situação fiscal do país é a mais relevante somada à ausência de reformas. “Essas lacunas nos levam a uma expectativa de baixo crescimento no próximo ano, o que está diretamente ligada à lenta recuperação do mercado de trabalho e da renda”, afirma Zaidan.
Além disso, para o vice-presidente do SindusCon-SP, o cenário para 2021 aponta uma nova onda global da Covid-19, que desencadeará uma recuperação frágil da economia mundial impactando diretamente nos principais indicadores econômicos.
Embora não totalmente imunes, os canteiros de obras continuam resistindo ao expressivo crescimento do número de casos de Covid-19 no estado de São Paulo. É o que mostra a 29ª Pesquisa “Conhecendo as Ações das Construtoras Paulistas no Combate à Covid-19”, realizada semanalmente por SindusCon-SP e Seconci-SP.
Os casos suspeitos oscilaram de 0,08% para 0,10% do número de trabalhadores; e os confirmados, de 0,04% para 0,05%.
O canteiro de obras continua sendo um local que possibilita medidas eficazes de controle da doença, observa o presidente do SindusCon-SP.
Nesta rodada, foram obtidas respostas de 41 empresas, responsáveis por 522 obras, envolvendo 34.618 empregos diretos e terceirizados, de 19 a 25 de novembro.
O SindusCon-SP é a maior associação de empresas da indústria da construção na América Latina. Congrega 850 construtoras associadas e representa as cerca de 50 mil empresas de construção residencial, industrial, comercial, obras de infraestrutura e habitação popular, localizadas no Estado de São Paulo. Tem sede na capital paulista, e representações em nove regionais e uma delegacia nos principais municípios do Interior. A construção paulista representa 27,6% da construção brasileira, que por sua vez equivale a 4% do PIB brasileiro.