Casas e terrenos no mundo virtual! Mercado imobiliário chega ao metaverso
No ambiente virtual, que é ilimitado, já é possível comprar desde terrenos que valem milhões de dólares, até peças de roupas de variadas grifes de luxo. De acordo com um estudo realizado pela Bloomberg Intelligence, o metaverso (espaços de simulação de realidade virtual) representa oportunidades de mercado de até US$ 800 milhões.
Em novembro do ano passado, um terreno virtual chegou a ser vendido por US$ 2,4 milhões, cerca de R$ 13,4 milhões na cotação atual. De acordo com informações reveladas pelo comprador do terreno, Tokens.com, companhia canadense focada no investimento em criptomoedas, o espaço foi adquirido no Fashion District do jogo virtual Decentraland, com o intuito de construir um shopping, que será frequentado pelos avatares, para eventos digitais de moda e venda de roupas. O local na plataforma de realidade virtual é comparado com a 5ª Avenida, em Nova Iorque. Para completar, as transações foram realizadas por meio de moedas digitais, as criptomoedas.
Segundo o especialista em mercado imobiliário e diretor da URBS Imobiliária, Ricardo Teixeira, é necessária a atenção e ação do mercado para esse novo nicho: “Vejo como evolução. Os brokers, ou seja, os corretores de imóveis que atuam como simples intermediadores perdem espaço para aqueles que hoje aconselham e fazem consultoria por serem especialistas sobre terrenos e oportunidades de imóveis físicos. É esse modelo de prestação de serviço que existirá no mundo virtual, em um futuro não muito distante, considerando que nesse ambiente também temos valorização de terrenos, espaços comerciais e residenciais, entre outras especificidades”.
“Eventualmente, o mercado imobiliário vai fazer propagandas dentro desses metaversos, inclusive colocando algumas possibilidades pelos usos das áreas. Muito se fala dos early adopters, que são as pessoas que saem na frente nessas tendências, e entendemos que até esses conceitos chegarem a uma curva de adoção em massa, esses ambientes ficam restritos a grupos e empresas específicas que enxergam aí uma possibilidade de monetizar. É isso que está acontecendo, atualmente, com os metaversos que envolvem esse tipo de transação de terrenos, por exemplo”, ressalta Teixeira.
Para o especialista, os metaversos são canais de comunicação e relacionamento entre empresas e clientes: “Os metaversos são espelhos da realidade e uma coisa não muda: o comportamento humano. Dessa forma, com público, moedas digitais e interação, você tem o ambiente perfeito, ainda que pouco sensorial, para geração de renda e consumo. As marcas que estão se posicionando em jogos entenderam que as pessoas levam para o metaverso os desejos do mundo real. Então, o metaverso vai ser mais um canal de relacionamento, com infinitas possibilidades”.
O diretor da URBS sinaliza que as novas negociações exigem atenção do mercado, já que a tendência de crescimento e expansão é inegável: “A lógica do metaverso é a mesma que já vivemos em nosso mercado imobiliário. Não existem garantias, apenas riscos de participar dessas apostas onde muitos universos paralelos surgirão e alguns terão sucesso e outros não. Mas, assim como os grandes empreendimentos imobiliários do passado, a adoção precoce pode gerar grandes retornos. Temos que observar esses cases e acompanhar as movimentações”.