Cadeia Velha será transformada em polo dos cursos do Fábrica da Cultura 4.0
O edifício da Casa de Câmara Cadeia Velha, no Centro Histórico de Santos, irá receber os cursos do Fábrica da Cultura 4.0, para formação nas áreas de cultura e economia criativa. O projeto é gerenciado pelo governo do estado e contará com apoio da prefeitura de Santos.
O anúncio foi feito pelo secretário de Cultura e Economia Criativa do estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, durante a entrega das obras de restauração das fachadas do prédio do Museu do Café, também localizado no Centro Histórico. No período da tarde, o secretário visitou as instalações da Cadeia Velha acompanhado do prefeito Rogério Santos e autoridades municipais.
Segundo Leitão, o 4.0 é uma expansão dos cursos de artes já existentes, que agora também vão dispor de mais oportunidades de formação nos segmentos de tecnologia, inovação e economia criativa: “Além das linguagens tradicionais como artes cênicas, música, audiovisual e circo, nós também teremos aulas de programação, robótica e animação”.
O prefeito Rogério Santos ressaltou o trabalho conjunto entre o estado e a prefeitura, que vai gerar renda e conhecimento, principalmente aos jovens em estado de vulnerabilidade social. “Estamos trabalhando sempre para conectarmos a política pública à gestão. Este é mais um bom investimento para Santos, e que, com certeza, vai complementar todo o nosso trabalho que já é feito na área da cultura e economia criativa”.
A proposta da Fábrica da Cultura 4.0 inclui em seu projeto educacional o foco para a “quarta revolução industrial”, impulsionada pela convergência digital e pela economia criativa. No local, artes presenciais e digitais darão corpo para propostas de formação e estímulo à criatividade, inovação e tecnologia. Segundo a secretaria de Cultura e Economia Criativa do estado, este mesmo conceito será adotado em todas as unidades futuras e também nas já existentes. A primeira unidade 4.0 será aberta em outubro, em São Bernardo do Campo.
A Casa de Câmara Cadeia Velha, localizada na Praça dos Andradas, teve sua construção iniciada há mais de 180 anos. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), em 1959, a Cadeia Velha foi considerada, segundo os relatórios da entidade, “de grande valor arquitetônico residente no fato de possuir elementos que a qualificam em São Paulo: tamanho, volume, material e época de construção. É uma das primeiras expressões arquitetônicas das novas ideias da organização do Brasil como unidade independente”.
Ao longo da história, a edificação serviu como quartel e hospital durante a Guerra do Paraguai, além de ter sido utilizada para abrigar o fórum, câmara, delegacia e museu. Em 1981, passou a ser ocupada pela Delegacia Regional de Cultura, transformando-se na Casa da Cultura do Litoral. A partir de 1994, o prédio começou a abrigar a Oficina Cultural Regional Pagu, que promoveu cursos que formaram centenas de artistas da região. Desde 2018, o local passou a ser sede da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), que será transferida para outro local.
“A Cadeia Velha é fundamental para cultura da nossa cidade, pois possui também um caráter de fundo sentimental muito grande para toda classe artística. Nada é mais simbólico do que voltar a transformar as celas de uma cadeia desativada em espaço de libertação do pensamento, da criatividade e da essência humana”, comentou o secretário municipal de Cultura, Rafael Leal.