Alta no Índice Nacional da Construção Civil preocupa empresários do setor
O setor da construção civil sofre com a alta generalizada de preços devido à pandemia, constatou o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que subiu 1,87% em abril, diante de março, e já soma alta de 16,31% no acumulado em 12 meses. O custo nacional da construção por metro quadrado, que em março havia chegado em R$ 1.338,35, subiu para R$ 1.363,41 em abril, dos quais R$ 789,10 são relativos aos materiais e R$ 574,31 à mão de obra.
Esse aumento dos preços é decorrente do aumento da taxa de inflação de março deste ano, calculada em 2%. Dentre os principais fatores que desencadearam o aumento dos custos dos materiais de construção estão a escassez de matéria-prima, aumento de demanda, fretes marítimos nas máximas históricas e alta do dólar.
“A indústria em geral se contraiu significativamente devido à parada dos fabricantes durante a pandemia, o que gerou um forte impacto na linha de produção que, juntamente às oscilações constantes do dólar, que sempre esteve acima dos cinco reais, gerou um aumento do preço a médio prazo”, comentou Flávio Paiva, CEO da IPC Brasil, do segmento de conexões de ferro maleável: “No caso do aumento dos fretes marítimos, ocorreu em função da redução da oferta e do aumento constante da demanda, que atingiu diretamente o custo dos materiais de construção”.
O aumento nos custos dos materiais de construção exerce um efeito contracionista não apenas no setor, mas na economia nacional. Os novos investimentos imobiliários tendem a ser postergados, contribuindo para uma menor geração de emprego e renda e, com isso, fragilizando ainda mais o mercado de trabalho do país. “O setor de construção civil é um dos segmentos que mais gera empregos no Brasil”, acrescenta Paiva: “Somente em 2020, havia mais de 106 mil novas vagas. Por esse motivo, esse problema de aumentos exagerados nos custos do setor é tão sério”.