Edição 358 Novembro 2024
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Publicado em 13/01/2021 - 7:03 am em | 0 comentários

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Alerta ao HPV, no mês que conscientiza para o câncer de colo do útero

Janeiro Verde: vacina contra HPV no SUS

Alerta ao HPV, no mês que conscientiza para o câncer de colo do útero

Imagine um vírus tão comum, mas tão comum que quase todos os homens e mulheres serão infectados por um ou mais de seus inúmeros tipos. Assim é o papilomavírus humano (HPV), que é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus), lesões pré-câncer e câncer, a depender do tipo de vírus. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas.

Para entender mais sobre esta Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o médico ginecologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Valentino Magno, esclareceu as principais dúvidas acerca do tema, bem como os sintomas, como é feito o diagnóstico, os tratamentos disponíveis e as melhores práticas de prevenção que estão disponíveis a população.

HPV é a sigla em inglês para Human Papiloma Virus, o papilomavírus humano. Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais cerca de 40 podem infectar o trato genital. Destes, aos menos 12 são de alto risco e podem provocar câncer (oncogênicos) e outros podem causar verrugas genitais.

“O HPV é transmitido através da relação sexual, seja ela uma relação vaginal, anal ou oral. Esse é um tipo de infecção que pode ser silenciosa, ou progredir de forma lenta, tendo os sintomas descobertos apenas quando já está em um estágio mais avançado do que gostaríamos, por isso a importância dos exames de acompanhamento com o médico”, afirma o ginecologista.

Na maioria dos casos, o HPV desaparece por si próprio e não causa problemas de saúde. Mas quando o vírus não desaparece, pode causar problemas de saúde como verrugas genitais e até mesmo câncer.

Verrugas genitais geralmente aparecem como uma pequena protuberância ou grupo de protuberâncias na área genital. Elas podem ser pequenas ou grandes, elevadas ou planas. Porém, o HPV também pode causar o câncer cervical e outras lesões, incluindo as de vulva, vagina, pênis ou ânus. Também pode causar câncer no fundo da garganta, incluindo a base da língua e as amígdalas (chamadas de câncer de orofaringe). Não há como saber quais pessoas com HPV desenvolverão câncer ou outros problemas de saúde, por isso a importância de rastrear com exames médicos a população.

“Qualquer pessoa sexualmente ativa pode contrair o HPV, mesmo que tenha feito sexo com apenas uma pessoa. HPV não está necessariamente está associado com promiscuidade e nem com traição. Sem contar que o paciente também pode desenvolver sintomas anos depois do contágio. Isso dificulta saber quando o paciente foi infectado. Por isso, é importante sempre fazer uma avaliação semestral ou anual com o ginecologista ou urologista, no caso dos homens, de sua confiança”, ressalta Valentino.

O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão, se clínica ou subclínica.

. Lesões clínicas: podem ser diagnosticadas, por meio do exame clínico urológico (pênis), ginecológico (vulva/vagina/colo uterino) e dermatológico (pele).

. Lesões subclínicas: podem ser diagnosticadas por exames laboratoriais, como: o exame preventivo Papanicolaou (citopatologia), colposcopia, peniscopia e anuscopia, e também por meio de biopsias e histopatologia para distinguir as lesões benignas das malignas. Em alguns casos, também podemos utilizar a testagem genética do HPV.

Não há tratamento para o próprio vírus. No entanto, existem recursos terapêuticos para os problemas de saúde que o HPV pode causar4:

. As verrugas genitais podem ser tratadas diretamente pelo seu médico no consultório ou com medicamentos prescritos. Se não tratada, as verrugas genitais podem desaparecer, permanecer iguais ou crescer em tamanho ou número.

. O pré-câncer cervical pode ser tratado. As mulheres que fazem exames de rotina e fazem o acompanhamento conforme necessário podem identificar problemas antes que o câncer se desenvolva. A prevenção é sempre melhor que o tratamento.

. Outros cânceres relacionados ao HPV também são mais tratáveis quando diagnosticados e tratados precocemente.

Valentino reforça que o uso de preservativos ajuda, mas não garante proteção total contra o HPV, uma vez que o vírus permanece na pele e está presente em toda a região genital. “O ideal é que os homens e mulheres usem a camisinha em todas as relações sexuais e também façam seus exames preventivos. E para completar o tripé de prevenção ainda temos a vacinação contra doenças e cânceres relacionados ao HPV”, afirma o especialista.

A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Pessoas que vivem com HIV e pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos também tem a vacinação gratuita no posto de saúde.

Estimativas apontam que a probabilidade de infecção em algum momento da vida é de 91,3% para homens e 84,6% para mulheres. Mais de 80% das pessoas de ambos os sexos contraem o vírus antes dos 45 anos. Por isso, adultos que ainda não foram vacinados podem decidir receber a vacina contra o HPV após conversar com seu médico sobre o risco de novas infecções por HPV e os benefícios da vacinação.

Em seu calendário de vacinação para adultos a Sociedade Brasileira de Imunizações também considera a vacinação de mulheres e homens, mesmo que previamente infectados pelo HPV.

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