Edição 358 Novembro 2024
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Sexta, 13 De Dezembro De 2024
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Publicado em 23/08/2023 - 6:54 am em | 0 comentários

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“Ah, eu amo as mulheres brasileiras!”, até domingo, no Centro Cultural SP

É verão o ano inteiro, 2019, de Dalila Coelho

“Ah, eu amo as mulheres brasileiras!”, até domingo, no Centro Cultural SP

“Ah, eu amo as mulheres brasileiras!”, coletiva pode ser vista até o próximo domingo no Centro Cultural São Paulo (CCSP), na Rua Vergueiro, 1.000, Liberdade, na capital paulista. A exposição apresenta um conjunto de 36 obras como uma revisão crítica da imagem estereotipada das mulheres brasileiras, ao mesmo tempo em que sugere caminhos para mudanças de paradigmas, por meio do afeto e da sororidade.

A mostra é uma versão de “Oh, I Love Brazilian Women!”, com maior número de trabalhos e participantes. Ela foi apresentada em Nova York no ano passado e para o Brasil teve o título traduzido. Nos Estados Unidos, a ideia foi chamar a atenção do público para a visão dos estrangeiros em relação às brasileiras. Um olhar muitas vezes preconceituoso, que objetifica seus corpos, mas nem é tão diferente do que acontece no Brasil. Aqui, esses danos ganham outra dimensão. “O foco da exposição agora é a origem do problema e as consequências dele para a mulher brasileira”, explica Luiza Testa, curadora das duas mostras.

De 2020, quando inscreveu o projeto curatorial na Chamada Aberta de NYC 2021-22 da apexart, até junho passado, Luiza pesquisa o tema, recebendo diversos relatos de mulheres que vivem no Brasil e no exterior: “Fui abordada por pessoas que contaram suas histórias, experiências e isso foi enriquecendo a concepção da mostra, revelando outras camadas”.

Mais questões surgiram, como o racismo, a antinegritude, a transfobia, a violência sexual doméstica, a questão da feminilidade e o etarismo. Segundo Luiza, as diversas abordagens foram incorporadas quase que naturalmente, já que o grupo de artistas participantes é diversificado. São 19 artistas mulheres de regiões diferentes do Brasil, de várias idades e com vivências únicas. Dentre elas a poeta, letrista e autora, Alice Ruiz.

A exposição está dividida em quatro núcleos. O primeiro, De Iracema a Garota de Ipanema, aborda como o estereótipo perdura ao longo do tempo, desde o Brasil Colônia. Nessa seção, a obra de destaque é Meruka, de Arissana Pataxó, artista que também participou da versão novaiorquina da exposição.

O segundo módulo, Violências e Violações, propõe uma reflexão sobre as agressões sofridas por mulheres e outros grupos. Engloba misoginia, etarismo, transfobia, embranquecimento. There’s no place like home, obra da artista D’Anunziata, se destaca nesse módulo. É uma alusão ao isolamento no período crítico da pandemia, que, apesar de necessário, deixou as mulheres mais vulneráveis à violência doméstica.

Novas estéticas em construção, terceiro módulo, propõe romper os paradigmas de padrão de beleza, acolhendo a diversidade de corpos das mulheres. São imagens bem distantes do conceito tradicional de beleza. O Grito, de Milena Paulina, exemplifica essa opção ao mostrar mulheres nuas e gordas, gritando.

O último módulo da exposição, Afeto e Transgressão, apresenta o potencial dos afetos para acabar com estereótipos, preconceitos e combater violências. A obra Mira, da dupla Terroristas Del Amor, traduz esse propósito com a imagem de uma mulher trançando os cabelos de uma menina.

“Os núcleos um e dois são mais críticos, com a finalidade de problematizar. Os seguintes são mais otimistas, propositivos”, define Luiza que acrescentou mais uma novidade à mostra no Brasil. No último módulo, além das obras, é possível conferir vídeos de cinco mulheres idealizadoras de projetos que têm o intuito de ajudar outras mulheres, em diferentes campos. Nos depoimentos, elas falam de suas iniciativas e de suas motivações.

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