Água no chope
Nelson Tucci
A possível elevação do percentual de etanol anidro na gasolina para 30% (E30), que já está sendo testada pela indústria automotiva, ao mesmo tempo em que suscita desconfiança de parte de alguns consumidores, de outro representa uma oportunidade significativa para o setor de biocombustíveis no Brasil. De acordo com o relatório de fevereiro da Bioind MT, caso essa mudança for implementada no início da safra 2025/26, a demanda adicional por etanol anidro poderá alcançar 2,06 milhões de m³, representando crescimento de 16,2% em relação ao volume projetado para 2024/25.
“A ampliação da mistura obrigatória é um passo estratégico para consolidar o etanol como protagonista na matriz energética do país. Esse aumento fortalece toda a cadeia produtiva, beneficiando produtores, distribuidores e, principalmente, o meio ambiente, ao incentivar o uso de um combustível renovável e de menor impacto ambiental”, comemora Giuseppe Lobo, diretor executivo da Bioind MT (que representa 12 indústrias de bioenergia de Mato Grosso, atuando na produção de açúcar, etanol, biogás, biometano e energia de biomassa).
A adoção do E30 ainda depende da conclusão dos testes de viabilidade técnica, prevista para o final deste mês, e da avaliação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Caso aprovado, o novo percentual poderá ampliar o papel do etanol de milho, que já representa parte significativa da produção nacional.
Atualmente, com a mistura obrigatória em 27%, a demanda total por etanol anidro no Brasil é estimada em 12,7 milhões de m³. Com a nova política, esse volume poderá atingir 14,76 milhões de m³ já em 2025/26. No Mato Grosso, estado líder na produção de etanol de milho, o impacto será ainda mais expressivo, com estimativa de aumento de 445,95 mil m³ na demanda desse biocombustível.
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