Expoente da Nova Literatura Brasileira
Poeta, contista e crítico literário, Flávio Viegas Amoreira foi entrevistado pelo Programa Memória-História Oral em 7 de novembro de 2016. Na entrevista, gravada na Casa de Frontaria Azulejada, localizada no Centro Histórico de Santos e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Amoreira falou de sua carreira de escritor e de suas primeiras lembranças, ligadas ao mar e ao Colégio Canadá, onde ele passou os melhores anos de sua infância e juventude.
Escritor, dramaturgo e jornalista, o santista Flávio Viegas Amoreira é uma das mais inventivas vozes da Nova Literatura Brasileira, surgida na virada do século: a ‘’Geração 00’’. Utilizando forte experimentação formal e inovação de conteúdos, alternando gêneros diversos em sintaxe fragmentada, o escritor vem sendo estudado como uma das vozes da pós-modernidade literária brasileira em universidades norte-americanas e europeias.
Amoreira atua como agitador cultural em São Paulo, Rio de Janeiro e litoral paulista, em projetos de discussão de temas ligados às artes de vanguarda, saraus poéticos e oficinas de criação literária. É autor de 14 livros, entre eles “Maralto”, “A biblioteca submergida”, “Contogramas”, todos publicados pela editora 7 Letras, “Desaforismos” (Edições Caiçaras) e “O vazio refletido na luz do nada” (Editora Kazuá). Seu mais recente livro, “Pessoa doutra margem” (Imaginário Coletivo), com ilustrações de Costa Villar, é um longo poema em homenagem a Fernando Pessoa, onde o poeta espreita e alarga o horizonte que o separa dos mares de Portugal.
Segundo o autor, os ancestrais judeus, mouros, lusitanos legaram a melancolia que o move pelo sentimento atlântico do mundo, em uma obra “de versos nacionais porque estrangeiros”. O poema é um mapa onde o mar é seu principal heterônimo. Conforme comenta o poeta Jorge Elias Neto, “Fernando Pessoa, mártir consciente do desassossego, se nega, se tolhe, se recria para sobreviver. Flávio age, repica, polemiza, é o homem múltiplo de um único nome: entre a Santos mítica e a Pauliceia que povoa seus sonhos, Amoreira navega por um cosmopolitismo peculiar e profundo, como quem tem o mundo na palma das mãos, verso a verso navegado pela escrita que traz à tona novas maneiras de se pensar o poema”.
A entrevista completa de Flávio Viegas Amoreira pode ser acessada no link https://youtu.be/DwJSNjw6Ocs
Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br