TUmobgrafia. Eu fotografo, e “tu”?
Leandro Ayres
Para muitos profissionais de fotografia da velha guarda, as imagens geradas através de dispositivos móveis ou mobiles não podem ou devem ser levadas a sério. Será? O fotógrafo mexicano Francisco Mata Rosas, durante sua conferência de abertura no FestFoto de Porto Alegre fez uma consideração lúcida sobre o tema. Segundo ele, a essência da imagem digital é ser editada, ressignificada. Assim, não caberia o mesmo tipo de leitura ou manter as mesmas justificativas para qualificar o que é produzido e publicado nas redes sociais. Devido à facilidade que usuários de celulares e tablets têm para captar e difundir imagens, conclui-se que a nova fotografia não tem a intenção de produzir memória, mas de comunicar. Estamos na era da “mobgrafia”.
Surfando nesta onda, um grupo santista formado pelos fotógrafos Luiz Fernando Menezes, Tom Leal e André Luiz Saleeby, juntamente com a designer Mônica Sobral e o jornalista Maurício Businari, criou a página TUmobgrafia no Facebook, voltado para o público da Baixada Santista, que tem um dialeto próprio, o que explica o “TU”. Tu pode, Tu faz, Tumobgrafa.
A página, lançada há pouco mais de dois meses, já conta com 1.045 membros até o fechamento desta edição. “A quantidade de pessoas fotografando com celulares aumentou muito de uns tempos para cá. E essas pessoas acabam compartilhando suas imagens em grupos dispersos, variados e até mesmo relacionados à cidade”, relatou Businari ao jornal A Tribuna. Desta forma a proposta da página é concentrar estas publicações, além de promover discussões técnicas e provocar a capacidade criativa dos fotógrafos.
Em 6 de agosto, o grupo trará a Santos o fotógrafo Alexandre Urch, que abordará o processo fotográfico por meio de mobiles. Inscrições em www.tumobgrafia.wixsite.com/tumobgrafia/eventos com entrada mediante 1 kg de alimento não perecível. O encontro será no estúdio A1 Fotografia, na Rua Luiz de Camões, 230, na Vila Mathias.