O imóvel mais atraente
Leandro Ayres
NA DÉCADA de 40 nos Estados Unidos, após o período conhecido como a Grande Depressão, a retomada do crescimento econômico se apoiou nos mercados automotivo e imobiliário. Nesta época as câmeras fotográficas analógicas estavam se popularizando. Diante da nova realidade, cresceu a tendência da fotografia de arquitetura e de ambientes com o propósito de mostrar esses espaços aos possíveis compradores sem que eles tivessem a necessidade de se deslocar até os endereços. Claro que hoje, como os interessados em negociar não fecham a compra sem antes visitar o imóvel in loco, com as imagens dos espaços em mãos é possível peneirar as opções.
Graças à fotografia digital, este segmento tem sido cada vez mais valorizado. Quem mais precisa deste tipo de serviço são as imobiliárias que procuram no profissional uma pessoa capaz de tornar o ambiente mais atraente para seus clientes. E neste quesito o fotógrafo precisa conhecer uma série de técnicas específicas, como a incidência de luz naquele local, para determinar o melhor horário para a tomada das imagens, os melhores ângulos para valorizar as dependências do imóvel e ter lentes grande angulares apropriadas. Os arquitetos e decoradores que estão montando os seus portfólios também precisam destes fotógrafos e, neste caso, as fotografias passam a ter um toque de elegância com os vasos perfeitamente alinhados, a mesa e as cadeiras de uma sala de jantar dispostos de forma harmoniosa, o aparador com seu espelho polido… tudo como se vê em publicações especializadas.
Os ambientes reduzidos são mais desafiadores. É preciso transformar o pequeno em acolhedor e funcional. Ambientes grandes facilitam a busca por ângulos, mas podem ser traiçoeiros quando não há boa incidência de luz natural. Neste caso aconselha-se a usar a luz artificial que os spots da sala oferecem para preencher a sombra de um determinado canto, destacando assim à adega de vinhos, por exemplo. O decorador vai pedir atenção especial aos detalhes, como tipo de azulejo, o móvel colonial e os arranjos florais, tudo de forma a integrar o ambiente. Feita as captações, seguem horas de edição e tratamento digital das imagens, que visa principalmente corrigir distorções de proporção implicadas pelas lentes grande angulares.
Do neo clássico ao rococó, o fotógrafo de arquitetura e ambientes precisa ter um bom conhecimento dos estilos arquitetônicos afim de falar a mesma língua dos seus contratantes, entendendo assim as suas demandas e valorizando não só os imóveis, mas o seu próprio trabalho.
SERVIÇO – Studio Photo Café / Museu do Café. Rua XV de Novembro, 95, Centro Histórico de Santos. De terça-feira a sábado, das 9 às 18 horas, e aos domingos, das 10 às 18 horas. (13) 3213.1750.
Os ambientes reduzidos são mais desafiadores