Fotografia. Por onde seguir?
Leandro Ayres
PARA você que deseja seguir a profissão de fotógrafo, já pensou em qual categoria se especializar? Se não, nesta série de artigos que inicio nesta edição abordarei algumas características de cada segmento e do quanto estes mercados movimentam em recursos humanos e financeiros.
Existe o fotógrafo de paisagem urbana e/ou rural. Pode-se afirmar que é a celula matter da fotografia, já que a primeira impressão da luz em uma placa data de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce e que nos revela, palidamente, apenas o quintal de sua casa.
Como autônomo, este profissional tem a possibilidade de vender suas imagens para revistas de turismo, de natureza, de entretenimento, jornalísticas ou para bancos de imagens, como o iStock, para citar o mais famoso. É possível, ainda, se o seu trabalho chamar a atenção do mainstream cultural, que consiga produzir exposições e vender as suas peças.
O investimento em bons equipamentos se faz necessário para obter imagens de qualidade. Refiro-me a câmeras full frame de mercado comum, com valores entre R$ 5 mil e R$ 15 mil e a lentes teleobjetivas que custam de R$ 4 mil a R$ 30 mil. Sem mencionar as dezenas de peças periféricas, como tripé e polarizadores de luz. Nota-se já que o investimento inicial é bem alto.
Um famoso fotógrafo australiano, Peter Link, vendeu a fotografia mais cara até aqui. Um feixe de luz revelando uma nuvem de poeira que lembra um esguio corpo feminino, em uma caverna de arenito avermelhado, foi arrematado por US$ 6,5 milhões. Como, de maneira geral, não se envolve uma equipe para se fazer uma foto dessas (salvo os guias que levam e informam os fotógrafos e o pessoal da pós produção), os dividendos são praticamente distribuídos apenas entre o autor da foto e o marchand.
Claro, o caso de Peter é o céu. Falando do mercado terreno, mais precisamente do âmbito regional, um bom fotógrafo que expõe em pequenas feiras ou mostras, vende para banco de imagens, e oxalá para uma revista, recebe em torno de R$ 2 mil por mês. Note que dificilmente você vai vender uma foto da baía de Guanabara, por exemplo. Ela já tem trilhões de fotos, e dificilmente você vai convencer alguém que a sua é melhor que outra existente por aí.
Não há um número preciso quanto aos valores que este segmento movimenta, mas estima-se que algo em torno de US$ 80 milhões/ano seja injetado no mercado fotográfico mundial só com a venda de imagens catalogadas e obras de arte, segundo o site clubedafotografia.com
Em resumo, é um segmento dos mais prazerosos, pois envolve viagens e a aventura de explorar novos lugares sob diferentes perspectivas, mas o menos rentável, dado o alto custo do investimento e o baixo retorno financeiro, já que as suas fotografias concorrerão com as de pessoas, não necessariamente profissionais da área, mas que são mais abastadas o suficiente para comprar um “brinquedinho” caro, como câmeras ou iPhones e aproveitam para fazer algumas boas fotos durante as suas férias na Suíça.
SERVIÇO – Studio Photo Café / Museu do Café. Rua XV de Novembro, 95, Centro Histórico de Santos. De terça-feira a sábado, das 9 às 18 horas, e aos domingos, das 10 às 18 horas. (13) 3213.1750.
Capital Paulista: imagem de segmento prazeroso, pois envolve viagens e a aventura de explorar novos lugares