Mulher enxerga diferente
A visão da mulher e do homem tem diferenças fisiológicas, funcionais e anatômicas e, segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, o homem tem melhor visão à distância, foco e atenção visual e é por isso que costumam ser melhores na direção. Já na mulher é a percepção de cores que costuma ser maior. Isso porque a mulher tem dois cromossomos X que carregam genes para células da retina, responsáveis pela percepção de cores. Ela também tem melhor visão noturna e mais sensibilidade à luz.
Queiroz Neto ressalta que o calor intenso somado à poluição do ar afeta olhos, sistema cardiovascular e pele. Levantamento feito nos prontuários de 310 pacientes do hospital mostra que olho seco foi duas vezes maior entre mulheres que entre homens. A condição é uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima que tem a função de lubrificar, oxigenar, alimentar e proteger a superfície dos olhos das agressões externas.
O oftalmologista afirma que visão embaçada, sensação de areia nos olhos, ardência, vermelhidão e fotofobia indicam olho seco, mas a condição pode ser assintomática em 11% dos casos. Isso porque pode ser decorrente da evaporação da camada aquosa que equivale a 98% da lágrima. A maior redução da camada aquosa da lágrima pode causar desconforto e geralmente ocorre entre pessoas idosas ou portadoras de doenças sistêmicas. Suas principais causas são menopausa, andropausa, doenças autoimunes, uso de antidepressivos, anti-hipertensivos ou antialérgicos. Ele acrescenta o principal fator de risco do olho seco é o uso diário das telas por muitas horas, que se soma a outros, como o baixo consumo de alimentos ricos em ômega3, beber pouca água, uso incorreto de lente de contato, diabetes, cicatrizes na córnea, ceratocone e blefarite. O tratamento deve ser feito com colírios, implante de plugue lacrimal e aplicações de luz pulsada, que estimulam a produção da camada lipídica da lágrima e geram alívio aos olhos.