Cresce presença de escorpiões nas cidades

Eduardo Ribeiro Filetti
Cada vez mais é importante estar atento com o objetivo de evitar acidentes com escorpião, este pequeno aracnídeo que gosta de madeira e lixo. Ele possui ampla distribuição geográfica e pode ser encontrado em quase todos os continentes, com exceção da Antártica. Ele tem exigências específicas com relação ao habitat, porém algumas espécies, como a do gênero Tityus (comum no Brasil), pode ocorrer em ambientes modificados pela ação do homem, onde encontram abrigo e alimentação dentro ou próximo às residências.
Em áreas urbanas o escorpião está cada vez mais presente, muitas vezes pela necessidade de alimentos e destruição das matas pelos seres humanos. Os acidentes escorpiônicos estão cada vez mais presentes no Brasil. A espécie Tityus serrulatos é a mais importante, do ponto de vista médico, causando o maior número de acidentes no país. O Tityus serrulatos é conhecido popularmente como escorpião-amarelo, tem tronco escuro, pernas e cauda amarela. Os adultos podem chegar a 7 centímetros de comprimento. Esta espécie tem um veneno altamente tóxico e por isto é considerado a espécie mais perigosa da América do Sul. A maior gravidade esta quando são atingidas crianças, pessoas idosas e ou com doenças preexistentes.
Esta espécie primitivamente habitava o cerrado e campos abertos, adaptando-se bem a vida urbana, principalmente devido a ocupação desordenada pelo homem em regiões originalmente com a presença do aracnídeo.
Há os escorpiões da família Buthidae, como o Tityus serrulatos, que também possuem alta capacidade de adaptação em ambientes urbanos. A reprodução é por partenogênese, sendo que um indivíduo pode iniciar uma nova colônia (não precisa de macho e fêmea para iniciar a reprodução). O escorpião Tiytus serrulatos se prolifera com muita facilidade e rapidez podendo ocorrer uma diminuição de outras espécies devido a competição.
O número de acidentes tem aumentado no litoral Sul do estado de São Paulo. Os escorpiões estão cada vez mais adaptados e podem ficar em legumes e verduras nos mercados. Em caso de picada a vítima deve procurar um hospital para que possa ser aplicado o soro antiescorpiônico, analgésicos e anti-inflamatórios. O conhecimento da espécie auxilia no possível controle e contribui para diminuição de acidentes, inclusive mortes. Podem ser realizadas palestras em escolas, visando o esclarecimento e a conscientização das crianças e principalmente dos professores sobre a biologia dos escorpiões.
Eduardo Ribeiro Filetti é médico veterinário, professor da Unisanta, mestre em Saúde Pública, pós-graduado em clínica e cirurgia de pequenos animais, especialista em clínica e cirurgia de felinos e Fitoterapia, membro da Academia Santista de Letras e Academia de Letras e Artes da Praia Grande.