Edição 359 Dezembro 2024
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Segunda, 20 De Janeiro De 2025
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Publicado na Edição 359 Dezembro 2024

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Atitude pró-descarbonização

Diretoria da AEA: em prol do planeta

Atitude pró-descarbonização

Nelson Tucci

No Acordo de Paris, estabelecido pela Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2015, o Brasil se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 37% em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de redução de 43% até o final da década de 2030, em relação aos níveis estimados para 2005. Até 2021, o setor de transportes do Brasil emitia 13% do total de carbono (121g/CO2/km), contra 23% na Europa e 29% nos Estados Unidos. Por aqui o percentual está mantido e novos programas regulando a pegada de carbono estão sendo implementados.

Se por um lado a queima de óleo diesel (em veículos pesados e caminhonetes de playboys e de fazendeiros) agride o ar de forma impiedosa, de outro, as alternativas de mobilidade com biodiesel, etanol e, ainda, os elétricos, tem dado um certo conforto ao Brasil na corrida contra a descarbonização. Cobrado pelo governo e o mercado, de uma forma geral, o setor automotivo tem dado respostas, especialmente por meio da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) que busca formular propostas e oferecer análises técnicas e imparciais, ao atuar em estreita colaboração com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por exemplo.

No setor automotivo, em 2013 – três anos antes de alinhar-se à COP21, portanto –, o Brasil já instituía o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), em vigor até 2017. Este fora responsável por aumentar a eficiência energética e, por consequência, a redução do consumo de combustíveis em 15%. Na sequência veio o Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística (2018-2022), alcançando novo patamar de redução do consumo de combustíveis em 11%.

A partir deste ano, o setor automotivo brasileiro é regido pelo Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que amplia a regulamentação rumo à descarbonização setorial, independente das trilhas tecnológicas a serem adotadas – combustão, híbridos, elétricos, gás, hidrogênio e/ou outras alternativas. Este programa adota o conceito estruturante “Do berço ao túmulo”, incluindo a pegada de carbono nos processos industriais e a reciclabilidade veicular.

MANIFESTO – No tradicional encontro de final de ano com a imprensa especializada, realizado em São Paulo, dia 12 deste mês, a AEA lançou o “Manifesto em Defesa da Descarbonização”. Na oportunidade, a diretoria (presidida por Marcus Vinícius Aguiar) destacou o trabalho de suas 45 Comissões Técnicas Permanentes e as parcerias com o governo e entidades nacionais.

Atualmente, a associação trabalha em uma demanda do MDIC para estabelecer controles de emissões até o final de 2026. E não é demais lembrar que hoje, graças à diversidade de nossa matriz energética, o Brasil emite 90gCO2/km. É algo cinco vezes menor que a União Europeia.

Na reunião com os jornalistas, a AEA apresentou o segundo ciclo do Roadmap Tecnológico Automotivo Brasileiro, agora em formato de spin-off, e detalhou a importância do sistema nacional de acreditação de laboratórios de emissões veiculares.

“Ressalte-se ainda que o Brasil é privilegiado em fontes renováveis de energia e domínio de conhecimento em tecnologias automotivas, baseadas em biomassas, que posicionam o país entre as lideranças mundiais do ranking de descarbonização”, destacou Marcus Vinícius, acrescentando: “A AEA, portanto, manifesta seu total apoio aos programas industriais de baixo carbono, ao disponibilizar o conhecimento, a experiência, a criatividade e a força da Engenharia Automotiva brasileira. Estamos sempre em prol da sociedade brasileira e do planeta”.

Nelson Tucci é jornalista, editor de Veículos & Negócios, toda segunda-feira também em www.veiculosenegocios.blogspot.com.br

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