Vermelho
Nelson Tucci
Há muito vermelho no ar. Vamos esquecer – ou pelo menos tentar – aquele vermelho financeiro. Há outras questões a serem vistas. Há uma vermelhidão nos olhos de pessoas que perderam seus entes queridos. Enquanto preparávamos esta edição, o mundo caminhava para 7,4 milhões de mortos pelo novo coronavírus e o Brasil já batia em 189 mil mortos. Vidas arrancadas, muitas vezes em seu esplendor. Uma situação inaceitável do ponto de vista humano. O estado de São Paulo retornou à fase vermelha na semana de Natal e vamos entrar em 21 igual. Oxalá não seja com os olhos marejados. O chamado “mundo civilizado” já começa a se vacinar, enquanto outros à espera de critérios “técnicos e/ou políticos” colocam a população em uma bolha de incertezas. Tal qual o touro, em uma plaza maldita, enxergamos tudo vermelho hoje, olhando para o pano de fundo, freneticamente agitado, porque sabemos que por trás dele a morte está à espreita. A nós não cabe apenas resignação neste momento. A todos deverá existir alguma certeza de que a luta pela vida há de valer a pena. Descartemos os negacionistas, de cega visão diante do iminente, do inevitável, do latente perigo que a todos assombra. É hora de cobrarmos a vacina, as providências, o novo isolamento e a prevenção acentuada, pois naquilo que depende das pessoas que fazem este jornal a nossa Perspectiva é de vida!