Sobre o medo
Luiz Carlos Ferraz
De longa data a sabedoria ensina que melhor é afastar-se do insensato, o que nem sempre é possível, especialmente quando o vício da insensatez passa a corromper de forma desordenada e predomina sobre parcela significativa de pessoas, tornando inglórias as batalhas diuturnas. Nas últimas semanas, o planeta paralisou face à pandemia do novo coronavírus, classificado Covid-19, fazendo proliferar atitudes insensatas, seja por elevada ansiedade irracional, singela ignorância ou mesmo disfarçada maldade, adotadas por aqueles de quem mais se esperava caráter e moderação. Enfim, constata-se mais uma vez que vivemos em um mundo repleto de imperfeições; e, se é possível sintetizar algumas das lições desses tempos de crise, têm-se a expectativa que se projetam mudanças profundas e imponderáveis no universo, dir-se-á disruptivas, para utilizar um termo da moda, que marcarão de forma indelével a evolução da humanidade. Não se trata de pretensa profecia, nesta época de falsidades, mas tão-somente de convidar à reflexão sobre o medo e a necessária serenidade para enfrentá-lo com sabedoria.