Choque de confiança
Luiz Carlos Ferraz
Ainda que as urnas tenham revelado um profundo abismo entre as mentes e corações dos eleitores brasileiros, notadamente na escolha do novo presidente, é impossível desprezar o fato de que a eleição do sr. Jair Bolsonaro gera uma onda com reflexos positivos na economia. É certo, da mesma forma, que a “resistência” aglutinada nos partidos de esquerda já questiona: na economia de quem? Longe de se retomar a polêmica de campanha, o que se busca neste breve espaço é ressaltar a aceitação do projeto neoliberal, que anima diferentes setores produtivos, do agronegócio à indústria, passando pelo serviço, eis que serão estes os protagonistas da retomada do desenvolvimento esperado para o país. Uma rede francesa de materiais de construção, por exemplo, já anunciou para 2019 investimentos de R$ 300 milhões; e o “mercado” dá acordes de afinação com o novo governo. É prudente destacar que é cedo para avaliar em números os reflexos da vontade das urnas, ainda que notório o clima otimista que permeia os empreendedores imobiliários – importante termômetro da economia nacional –, algo como um choque de confiança que dá estabilidade, segurança e a perspectiva de negócios graúdos, seja com a recuperação dos projetos, seja com o retorno dos compradores. O perfil político do novo presidente está longe da unanimidade, mas a vontade de acertar – sobretudo na economia, revertendo-se a herança dos 13 milhões de desempregados e a perda de apetite do setor industrial – pode ser alvissareira, pela aposta do mercado no time que está sendo formado por JB. Fazemos votos de que não falte parafina para que todos possam surfar neste mar…