Alternativa consistente
Nelson Tucci
Presidente vem e vai. E é muito bom que seja assim, no que se convencionou chamar de rodízio democrático. É muito ruim, em qualquer país, quando a pessoa vem e não quer ir mais embora. Pois bem, partidos políticos brasileiros já começam a se movimentar em torno das eleições de 22 – “dois patinhos na lagoa”, mas em águas não necessariamente cálidas e plácidas. É visível a intolerância de quem está no poder e de quem já o ocupou e prepara novo arsenal para voltar. O país, solapado por mensalões, petrolões e uma brutal epidemia que já nos tirou meio milhão de irmãos do convívio terreno, não precisa de mais escândalos de desvios de dinheiro. Tampouco de desemprego, fome e miséria. Pedir para o cidadão classe média comer menos e atirar os restos aos famélicos não pode ser uma política de governo. Não sei que religião o ministro dono do cofre professa, mas certamente precisaria se aconselhar com um sacerdote (seja este de que inclinação for). Se pegarmos os últimos 10 anos (deixando os outros 511 de lado) veremos tantos descalabros que se torna irresistível puxar o assunto da terceira via. Dias atrás, dirigentes de cinco agremiações partidárias (e observadores de outras duas) se reuniram em Brasília para discutir uma posição consensual: criar uma candidatura que não seja a do atual nem do ex-presidente. Ou seja, a campanha já está na rua. Mais que boquirrotos e falsos messias, precisamos de programas de governo consistentes. Todo o resto é composição.