Tratando da dor física
Quando se fala de dor crônica, aquela que perdura por mais de três meses, geralmente a vida toda sem cura ou com tratamentos paliativos, como as pessoas que desenvolvem neuropatias diabéticas, artrites e artroses, fibromialgia, entre outras doenças, é comum estabelecer a sua relação com fatores emocionais, visto o impacto nos relacionamentos e funções gerados ao longo dos anos em quem é obrigado a conviver com ela.
Como explica o neurocirurgião especialista em dor pela Associação Médica Brasileira (AMB), Claudio Corrêa, “cada indivíduo pode tolerar e expressar a sua dor física de diferentes maneiras e com diferentes intensidades, o que não diminui a importância da dor de cada um, mas é fato já documentado na literatura médica que, no decorrer de tanto tempo convivendo com uma dor crônica, o indivíduo irá desencadear sintomas de ansiedade, tristeza e depressão, irritabilidade e angústia, diante das crises, que são justificáveis dentro do seu quadro geral. Mas, o inverso também ocorre, ou seja, de situações de grande tensão emocional, como estresse e perdas diversas agirem como gatilho para o desencadeamento de crises dolorosas em pessoas com dor crônica”.
A dor interfere até mesmo na economia de um país, tanto pelo absenteísmo e baixa produtividade no trabalho quanto pelos gastos para seu tratamento, que deve ser multidisciplinar e multiprofissional, integrando corpo e mente, com reabilitação funcional de todos os aspectos do paciente. E é um direito do paciente: “Sentir dor pode ser comum, mas não é normal, por isso é importante pedir ajuda e ser aderente a um tratamento global e efetivo”, diz o especialista.