Sobre frouxidão palpebral…
A síndrome da frouxidão palpebral é uma condição oftalmológica pouco conhecida pela população em geral. Contudo, é uma doença relativamente comum, cuja prevalência varia de 4% a 16% nos adultos, principalmente a partir dos 45 anos.
Segundo Tatiana Nahas, oftalmologista especialista em pálpebras e em cirurgia plástica ocular, a síndrome da frouxidão palpebral se caracteriza pela eversão da pálpebra durante o sono: “A pálpebra vira para fora e deixa o globo ocular exposto ao longo das horas de sono. Isso acarreta alteração do filme lacrimal e deixa o olho ressecado”.
Os sintomas costumam ser mais acentuados pela manhã. “A pessoa pode acordar com os olhos vermelhos, com sensação de corpo estranho, secura ocular, visão turva e acúmulo de secreção. Normalmente, a condição atinge o olho do lado em que a pessoa costuma dormir com mais frequência”, diz Tatiana.
A descrição da síndrome frouxidão palpebral é recente e foi descrita em 1981. Mas as pesquisas a respeito do assunto se intensificaram nos últimos anos devido ao fato da síndrome estar relacionada às doenças da superfície ocular, como o olho seco. Outro aspecto que contribui para a realização de mais pesquisas é que não se trata de uma doença rara, já que pode afetar até 16% da população adulta. Ela costuma ser confundida com uma irritação ocular inespecífica ou até mesmo com uma conjuntivite irritativa. Esse aspecto pode atrasar o diagnóstico, que pode demorar até 17 meses para ser feito.
O tratamento da síndrome é realizado por meio do encurtamento cirúrgico da pálpebra associado à blefaroplastia, para remover o excesso de pele. Trata-se de uma cirurgia complexa que exige conhecimento das estruturas oculares. Mesmo após a cirurgia pode acontecer uma recorrência da frouxidão palpebral.