Edição 358 Novembro 2024
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Quarta, 04 De Dezembro De 2024
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Publicado na Edição 311 Dezembro 2020

Pacientes com epilepsia refratária

Reeducar o funcionamento do cérebro

Pacientes com epilepsia refratária

Mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com a epilepsia, uma doença neurológica cujo impacto vai muito além da sua saúde física. Trata-se de uma condição caracterizada por alterações recorrentes da função cerebral, chamadas convulsões ou crises convulsivas, que podem durar alguns segundos ou até minutos.

Segundo o neurocirurgião da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Sandro Natali, cerca de 30% a 40% dos pacientes não respondem aos medicamentos e tratamentos convencionais, comprometendo diversos aspectos da vida: “Nesses casos, chamados de epilepsia refratária, a quantidade de episódios convulsivos pode variar, chegando a ocorrer diversas vezes num mesmo dia para algumas pessoas”.

Em situações que o paciente não responde bem à melhor terapia medicamentosa ou à cirurgia, Sandro destaca que a indicação está no tratamento neuromodulatório, feito por meio da terapia VNS (Vagus Nerve Stimulation, ou em português Estimulação do Nervo Vago), um artefato que gera impulsos elétricos programáveis: “O dispositivo é implantado em um procedimento simples e rápido sob a pele na área do peito, com fios que se conectam ao nervo vago no pescoço. A partir daí, ele envia uma corrente por este nervo para o cérebro, podendo reduzir o número de convulsões ou diminuir a gravidade de uma convulsão”.

Ele explica que o VNS funciona como um reeducador do funcionamento do cérebro: “Quando o paciente diminui a quantidade de convulsões, o cérebro consegue voltar a se desenvolver”.

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