Edição 358 Novembro 2024
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Sexta, 06 De Dezembro De 2024
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Publicado na Edição 358 Novembro 2024

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Ecocêntrico ou antropocêntrico

Quais fatores sustentam o veganismo?

Ecocêntrico ou antropocêntrico

Mais do que uma tendência alimentar, o veganismo – que propõe eliminar todas as formas de exploração animal – continua crescendo como movimento social baseado em valores ideológicos. Para identificar por qual tipo de compromisso ético e quais fatores emocionais a adesão ao veganismo é impulsionada, os estudantes Amanda Cavalcanti e Diego Moreira, do curso de Psicologia do Centro Universitário de Brasília (CEUB) realizaram pesquisa, na qual investigaram os fatores cognitivos e emocionais que sustentam este estilo de vida.

Enquanto emoções positivas, como alívio da culpa e sensação de paz, são importantes na manutenção do veganismo, revolta e culpa funcionam como gatilhos para a adoção do veganismo. “A coexistência de afetos positivos e negativos demonstra a complexidade da jornada vegana, que envolve tanto a busca por um estilo de vida ético quanto o enfrentamento das injustiças ambientais e sociais”, comenta Diego.

A análise quantitativa avaliou a preponderância de afetos e crenças em argumentos contra e a favor do veganismo, revelando que 85% dos argumentos a favor do veganismo tinham natureza ecocêntrica, enquanto 89,48% dos contrários eram pautados por crenças antropocêntricas. Assim, a defesa do veganismo está fortemente embasada em valores que promovem a preservação ambiental, em oposição a argumentos que justificam a exploração dos recursos naturais em prol do benefício humano. “Quem adere ao veganismo é influenciado por ambos os tipos de crenças, mas a sustentabilidade predomina”.

O estudo revela que este é um resultado positivo, enquanto as escolhas antropocêntricas se destacam entre aqueles que se opõem a pensar em sustentabilidade. “Os achados reforçam a importância de conscientizar sobre o impacto ambiental das escolhas alimentares e incentivar discursos que evidenciem a interconexão entre seres humanos e a natureza”, refletem os autores.

Projeto teve iniciação científica da professora de Psicologia do CEUB, Lígia Abreu Cruz.

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