Bem-estar comprometido
Dores de cabeça constantes, sensação de estalos e travamentos ao abrir e fechar a boca e desconforto na região dos ombros podem indicar uma disfunção temporomandibular, ou DTM. Apesar do nome pouco comum ela atinge 30% da população, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ocasionada por estresse e ansiedade, a disfunção pode trazer um impacto negativo no dia a dia das pessoas, comprometendo o bem-estar e importantes atividades fisiológicas, entre elas a mastigação e a fala.
Os cirurgiões buco-maxilo-faciais do Hospital Paulista, Cristian Alexandre Correa e Juliana Mussi, explicam que a disfunção temporomandibular é uma definição dada a um grupo de anormalidades que envolve a articulação temporomandibular (ATM) e os músculos da mastigação. Juliana acrescenta que essa articulação é a responsável por ligar a mandíbula ao osso temporal do crânio, localizado à frente das orelhas, nas laterais da cabeça: “Ela é responsável pela movimentação da boca, como abertura e fechamento e, consequentemente, por atividades essenciais para os seres humanos, como mastigar, falar e engolir”.
Ela ressalta que as disfunções podem atingir todas as pessoas, desde crianças até idosos. No entanto, são muito mais frequentes em mulheres. Estima-se que o público represente 80% de todos os casos: “Estudos relatam que o estrogênio, hormônio sexual feminino, pode influenciar no metabolismo ósseo e da cartilagem da articulação temporomandibular. Ele também pode influenciar no mecanismo regulador da dor”. Os tratamentos para DTM são divididos em dois grupos, o clínico e o cirúrgico. Segundo Cristian, o primeiro é o mais completo e indicado para a grande maioria dos pacientes. “Ele pode envolver ações como fisioterapia, acupuntura, uso da placa de mordida e até atividades físicas para a diminuição de estresse, como a Yoga”. O especialista explica que, em alguns casos, medicamentos como relaxantes musculares e anti-inflamatórios também podem ser indicados. O cirúrgico é para pacientes que já possuem um grau avançado de desgaste da articulação. Nestes casos, é indicado a artroscopia, um procedimento minimamente invasivo que permite investigar o interior de uma articulação com uma microcâmera e realizar procedimentos como o reposicionamento do disco da cartilagem.