Alerta ao envelhecimento precoce
A bichectomia é um procedimento estético que pode afetar a harmonia dos traços do rosto, assim como o emocional dos pacientes de forma negativa. A intervenção, que voltou a estar na moda, requer alto grau de análise prévia já que seu princípio se baseia na retirada permanente da gordura na região da bochecha, a chamada bola de Bichat, com o objetivo de conquistar um rosto mais fino.
O cirurgião plástico Victor Cutait afirma que o resultado final a longo prazo tem altas chances de ser insatisfatório fisicamente, já que deixa o rosto com aparência muito fina e desigual. Com relação ao emocional, o risco é semelhante, pois o procedimento, que deveria aumentar a autoestima, pode ter efeito contrário e abalar a autoconfiança do paciente.
Entre outros problemas, pode causar lesões do nervo facial, gerando paralisia, hemorragias, assimetria facial e infecções. “A gordura é essencial para sustentação da face e, muitas vezes, não é nossa inimiga”, explica o cirurgião: “Influenciadoras e a mídia trazem a bichectomia, que é a retirada da gordura, como uma operação com ótimos resultados, já que, no primeiro momento, o rosto realmente aparenta harmonia. Mas, a longo prazo, o procedimento pode minimizar drasticamente a gordura e sustentação do rosto, causando envelhecimento precoce, olheiras e flacidez”.
Apesar de a cirurgia ser relativamente simples e pouco invasiva, o especialista adverte que há uma certa “banalização” do uso e que a operação é mais complexa do que centros estéticos demonstram.