A utilidade pública da Arquitetura
Com exposição prevista para outubro a dezembro, a ideia da 11ª edição da Bienal de Arquitetura de São Paulo, “Em Projeto”, revela a forma como o evento se estrutura, a partir de atividades realizadas por grupos atuantes e ações propostas que acontecerão na cidade. O evento já está em curso e foca a discussão sobre formas de editar e transformar a cidade, por meio da realização do projeto em suas inúmeras frentes de ação. Assim, visa lidar de forma explícita com um arcabouço de instrumentos e ferramentas relacionados à escuta, observação, experiência, edição, uso, ocupação e desenho urbano, entre outros.
No site www.11bienaldearquitetura.org.br e em redes sociais o público poderá consultar o calendário com todas as datas das atividades, que incluem chamadas abertas para a realização de ações e apresentação de trabalhos para a exposição, além de conversas com arquitetos e grupos atuantes em São Paulo. Em setembro, uma caminhada pelas bordas da cidade inaugura uma programação cultural da 11ª Bienal. Finalmente, de outubro a dezembro, uma grande exposição será instalada na região central da cidade.
Nesta edição, a Bienal de Arquitetura busca dar um passo à frente, conceituando-se “Em Projeto” como meio para a ação e a transformação, trazendo diversos agentes envolvidos na construção necessariamente coletiva da cidade para um lugar comum. “Ao questionar o significado do projeto de arquitetura na cidade, propomos uma atitude experimental que discute o lugar do projeto na cidade. Apresentamos, então, uma Bienal construída a partir de um processo contínuo e que convoca a colaboração de grupos já atuantes, sendo ela mesma o seu processo de construção, concluindo na exposição”, explica Marcos Rosa, diretor de Conteúdo da Bienal.
Com esse foco, o evento busca projetos que privilegiem a participação e a coautoria de muitos grupos e muitas vozes, e que representem o mote da Bienal: a utilidade pública da arquitetura para um projeto coletivo de cidade. O evento propõe uma expansão de sua presença e seu olhar sobre a cidade ao ampliar seu foco também para as suas bordas, mirando a potência de sua produção cultural e sugerindo aproximações e trocas intraurbanas.
Em todo seu território, a Bienal de Arquitetura está aberta à participação de outras pessoas e grupos, além de arquitetos, acolhendo suas propostas sobre possíveis caminhos para debater a construção da cidade de maneira colaborativa. Esta expansão geográfica ampara-se na articulação de narrativas e práticas urbanas organizadas em toda a cidade, contando ainda com uma rede múltipla de instituições e equipamentos públicos e privados, além de inúmeras ações pontuais existentes e propostas, parceiros neste projeto.
A partir de sua organização, a Bienal de Arquitetura propõe construir um legado constituído por dois eixos principais. O primeiro deles é a compilação de referências de conhecimento amparadas na ação de distintos grupos e atores: trata-se de práticas que enfocam escutar, observar, transformar, editar, usar, ocupar e qualificar a cidade, entre outras, desdobrando o projeto em muitas frentes de ação. O segundo eixo é a construção de obras que tenham utilidade social e pública.
“A 11ª Bienal de Arquitetura mira uma série de ações realizadas por grupos atuantes, articulando-as em um projeto comum e colaborativo. Encarada como um processo, a Bienal se propõe a articular o conhecimento existente e sugerir caminhos para a atuação Em Projeto, a fim de deixar um legado para a cidade”, explica o diretor Marcos: “Tal hipótese reconhece o poder crítico da imaginação e desafia-o a projetar novos cenários. Para tanto, fazemos uma chamada para uma ação orientada para o desenho e projeto guiada por uma atitude crítica, lúdica, inclusiva e humana”.