Um gás à Chery

Nelson Tucci

Há quem goste do modelo e há também quem não o conhecia. Mas depois desta matéria – esperamos! – a vida do Novo Celer não será mais a mesma. A Chery, montadora chinesa que aportou no Brasil em 2009, cometeu alguns erros de avaliação e teve modelos rejeitados pelo consumidor. Mas isto ficou pra trás. A aposta no QQ (já de fabricação nacional e com motor flex, sendo atualmente o mais barato do mercado, com preços em torno de R$ 26 mil) e na 2ª geração do jipinho Tiggo (desenvolvido sob a mesma plataforma do Celer), para 2018, podem dar um gás à Chery.

No meio desses dois – QQ e Tiggo – existe o Celer. Ou melhor, o Novo Celer, agora fabricado no Brasil, tem configurações básicas de um sedan compacto. Já tínhamos andado no Celer importado e agora rodamos no novo modelo, produzido na cidade paulista de Jacareí. O design foi renovado, com especial atenção para a parte dianteira (faróis, grade, para-choque), e as lanternas traseiras redesenhadas.

Internamente ficou melhor o modelo brasileiro, mas o câmbio – manual, de 5 marchas – e o motor não parecem ter mudado nada. De torque baixo (10,3 kgfm/litro), com 109 cv (a gasolina) este 1.5 l anda razoavelmente bem no trânsito e na estrada, mas rende melhor em rotação baixa. Na alta parece um pouco pesadão. No entanto, tem um ótimo álibi pra quem viaja com ele: é econômico, tem o interior espaçoso e um porta-malas sedutor, de 450 litros.

Rodando a gasolina, fez 9,4 km/l na cidade e rendeu a média de 15,1 km/l na estrada. Um bom desempenho, considerando sua carroceria de 1.200 kg. Com suspensão macia, requer atenção redobrada nas curvas em alta velocidade, mas vai sossegado em terrenos planos e em velocidade inferior a 90 km/h. Reiterando, o espaço interno é elogiável, a exemplo do preço que o torna convidativo a um teste drive (abaixo dos R$ 40 mil).

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Novo Celer: design foi renovado, com especial atenção para a parte dianteira