Produção de autos em 2ª marcha

Nelson Tucci

A produção de automóveis, no mundo, ainda se ajusta ao mercado. O fato é que expectativas otimistas apontam crescimento a níveis pré-pandemia somente a partir de 2025. No Brasil, o ano corrente deverá fechar com 2,4 milhões – ainda distante dos 2,9 milhões registrados em 2019. Os dados são da consultoria Roland Berger e da Lazard, para o mercado internacional, e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em nível nacional.

Muito embora a trajetória de produção seja positiva, com praticamente 81 milhões de unidades entregues, em todo o planeta, em 2022, e uma expectativa de 85 milhões para este ano, o estudo global considera difícil se chegar aos 94,2 milhões de unidades (pré-pandemia) no curto prazo. Em síntese, até 2025 a produção crescerá paulatinamente. E como o mercado é globalizado, no Brasil o cenário não deve ser diferente.

O custo de capital hoje é maior, alavancado pelas altas taxas de inflação em todo o mundo. No país, 70% das vendas eram financiadas no início da década passada (2010); mas este número caiu para um terço (33%) no ano passado (2022). São outros tempos, que pedem ajustes.

Enquanto o futuro não chega, a Anfavea projeta pequeno crescimento, de 64 mil unidades, para este ano, sobre o período anterior. A se confirmar os números, o mercado estará mais ajustado para crescer em 2024. Até lá os consumidores vão reclamar dos preços – e da taxa de juros para financiamento – e as montadoras do aperto em suas margens de lucro.

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