Edição 350Março 2024
Terça, 23 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 325 Fevereiro 2022

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Estica e puxa. Versão 22

Hoje o automóvel mais barato é um carrinho que mais parece um daqueles “bate-bate” de um prosaico parque de diversões, na casa dos R$ 50 mil...

Estica e puxa. Versão 22

Nelson Tucci

A oscilação do mercado de automóveis está mais parecendo “as nuvens” da política, como diria o saudoso Ulysses Guimarães, velha raposa, lembrando que a cada momento em que olhamos o céu elas estão de um jeito diferente. Os números de produção, vendas e licenciamentos também andam assim: ora estão muito para lá, ora muito cá. Dezembro último fechou com crescimento de 11,6% anual, sobre o ano anterior (2020). Virou o calendário e janeiro já contabiliza um recuo brutal nas vendas: 38,5% menos em comparação a dezembro do ano passado. Quando se compara janeiro/22 contra janeiro/21 o número é de 26,1%, mas assim mesmo de retração.

Há motivos para isso: o sumiço dos semicondutores e, com isto, menor ofertas dos 0 Km, o reflexo disto no mercado de usados etc e tals. Pobres montadoras que estão “se virando nos 30” para entregar seus ricos produtos aos endinheirados consumidores brasileiros que pagam US$ 10.000 por um carrinho que mais parece um daqueles “bate-bate” de um prosaico parque de diversões.

As justificativas sempre existem por parte do fabricante, do revendedor e de toda a cadeia. O que menos se lê, em matérias e artigos do setor, é o preço do carro. Hoje o mais barato do Brasil é o Kwid, da Renault, na casa dos R$ 50 mil. Além de parecer carrinho de criança, no tamanho, o chamado “subcompacto” não tem um mísero ar condicionado, nem direção assistida e um motorzinho de 66 cv (pouca coisa mais que o histórico Fusquinha 1300).

Na sequência da lista, tendo como baliza o preço, vem o Mobi, da Fiat. Se você tem mais de 1,80 m de altura e algum dia dirigiu um desses por mais de duas horas, não precisa ler o resto, porque já sabe o que vou contar. É mais um carrinho no mercado, que te deixa “encaixotado” no volante. Com direção hidráulica (ao menos isto!), só tem dois airbags frontais, obrigatórios, e um motorzinho 1.0 Fire, de quatro cilindros, ultrapassado. Mas o preço, ah! o preço, é maior que R$ 60 mil. Um modelito 2021/21 custa R$ 59.999,99, já o 22 legítimo é mais que isso. Acredite!

No ano passado a indústria nacional produziu 2,24 milhões de unidades. Para este ainda não se sabe como chegará em dezembro, porque no meio do caminho há uma tabela de juros crescentes. Haverá uma tabela de juros crescentes no meio do caminho.

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