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Publicado na Edição 272 Setembro 2017

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Enfim, aberto ao ecoturismo

Arquipélago de Alcatrazes: serão permitidos mergulho recreativo e passeio embarcado

Enfim, aberto ao ecoturismo

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciou a abertura para visitação pública do Refúgio de Vida Silvestre (RVS) do Arquipélago de Alcatrazes, localizado em São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo. Na unidade de conservação serão permitidas atividades de mergulho recreativo e passeio embarcado para observação da fauna. As empresas de turismo e profissionais autônomos interessados, que atenderem os pré-requisitos exigidos, poderão se cadastrar para prestar serviços de visitação no RVS. A perspectiva é que no inicio de 2018 o turismo no local esteja já em funcionamento.

A demanda por visitação ao arquipélago de Alcatrazes é histórica, remonta à década de 90, quando foram iniciadas ações em prol da criação do Parque Nacional Marinho dos Alcatrazes, que propunha o aumento da área marinha protegida e a implantação do ecoturismo como opção para o desenvolvimento sustentável regional. Apesar da expectativa para o turismo no arquipélago, atividades com esta finalidade nunca ocorreram devido a restrições relativas à Estação Ecológica (Esec) Tupinambás, bem como por determinação da Marinha do Brasil, que em função de seus exercícios militares (que atualmente ocorrem na ilha da Sapata), interditou a navegação na região de 1998 até 2008.

O refúgio é gerido de forma unificada com a Estação Ecológica Tupinambás, compondo o Núcleo de Gestão Integrada ICMBio Alcatrazes. Nas duas unidades foram registradas 1.300 espécies, sendo que 93 delas estão sob algum grau de ameaça de extinção. Além das ameaçadas, o arquipélago dos Alcatrazes abriga espécies endêmicas e possui a fauna recifal mais conservada e biodiversa do Sudeste e Sul do Brasil, sendo também área de reprodução e crescimento de espécies de valor comercial para o setor pesqueiro. Abriga também um dos maiores ninhais do país com nidificação de fragatas, atobás e gaivotões. Estão protegidas em Alcatrazes 259 espécies de peixes, destacando-se a garoupa, o tubarão-martelo, entre outras, e ocorre ainda presença considerável da tartaruga-de-pente e da tartaruga-verde, ambas ameaçadas de extinção. Na região há ocorrência de baleias e golfinhos.

A vegetação do arquipélago é caracterizada por áreas de Mata Atlântica e campos rupestres, e já foram encontradas 320 espécies de flora. Além de exuberante beleza e expressiva biodiversidade, o arquipélago de Alcatrazes faz parte do patrimônio arqueológico, histórico e cultural da região. Os paredões graníticos de 316 metros de altura no meio do oceano impressionam os navegantes por sua beleza, e suas águas com boa visibilidade e vida marinha são um convite ao mergulho contemplativo.

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