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Sexta, 19 De Abril De 2024
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Publicado na Edição 257 Junho 2016

Acervo FAMS

Real Centro Português. Arquitetura única em SP

Real Centro Português: construído entre 1898 e 1901

Real Centro Português. Arquitetura única em SP

Localizado na esquina da rua Amador Bueno com rua Martim Afonso, o Real Centro Português de Santos, considerado por muitas décadas o principal elo da colônia portuguesa na cidade, possui uma das arquiteturas mais singulares, em estilo neomanuelino, única no estado de São Paulo e uma das poucas existentes no Brasil – as outras conhecidas são o Real Gabinete Português de Leitura (1880-1887) e o Liceu Literário Português, no Rio de Janeiro, o Gabinete Português de Leitura em Salvador da Bahia (1915-1918), a mansão Henry Gibson, erguida em 1847 no Recife (Pernambuco).

A instituição santista foi fundada no dia 1º de dezembro de 1895, em reunião que lotara o Teatro Guarani. Sua finalidade era congregar todos os portugueses, oferecendo-lhes atividades literárias, científicas, recreativas, educacionais e sociais. Logo se instalou em edifício próprio, na Praça da República, 11, onde criou uma escola (para os filhos dos imigrantes humildes) e espaços para cultura e lazer. Um pouco mais à frente, a escola passou a proporcionar a seus associados curso de francês, aulas de esgrima, tiro ao alvo, dança, música e arte dramática.

Buscando um local para construir sua sede própria, acabou comprando o terreno atual, na Amador Bueno, cujas obras se iniciaram em 15 de novembro de 1898, ocasião em que lançaram a pedra fundamental.

A edificação-sede do Real Centro Português foi projetada pelos engenheiros lusitanos Ernesto Maia e João Esteves Ribeiro da Silva, e inaugurada em 8 de outubro de 1900, ainda incompleta, sendo terminada totalmente em 1901. Para construí-la, os associados tiveram que utilizar recursos financeiros levantados através de leilões, tômbolas e quermesses promovidas em locais públicos, especialmente nos jardins da Praça dos Andradas. Mas, em verdade, a sede só se tornou realidade com a grande colaboração dos beneméritos António Domingues Pinto e António dos Santos Coelho Germano.

Além da beleza do seu estilo arquitetônico, seu interior é mobiliado e decorado com extraordinário requinte, com destaque para o Salão Cerejeira e o Salão Camoniano, ornamentados com magníficas obras de arte.

Conheça o trabalho desenvolvido pela Fundação Arquivo e Memória de Santos: acesse o site www.fundasantos.org.br

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