Edição 350Março 2024
Sexta, 19 De Abril De 2024
Editorias

Publicado na Edição 273 Outubro 2017

Murray

O Brasil e a China

Eduardo: “É vital que se entenda esta cultura tão rica e antiga”

O Brasil e a China

Eduardo Augusto Murray

O apetite chinês para investimentos no Brasil está cada vez maior. Muito embora o governo chinês tenha recentemente divulgado que iria desestimular certos investimentos no exterior, em alguns setores, esta medida não deverá impactar negativamente o fluxo de recursos chineses para o Brasil.

Aportes em setores como infraestrutura e energia continuarão sendo estimulados pelo governo chinês.

Ocorre que, agora, o governo chinês pretende centralizar investimentos em áreas consideradas estratégicas. Setores de infraestrutura e agronegócio continuarão a atrair o capital chinês. O Brasil, tradicionalmente, é um importante parceiro da China, pois fornece produtos estratégicos, como alimentos e minérios, tão importantes para o crescimento sustentável chinês. Os chineses também pretendem crescer nos setores financeiro, de saneamento e energético.

Um fato que merece destaque é o importante papel que as empresas chinesas exercem como interlocutoras entre os governos brasileiro e chinês. Como as companhias chinesas são, em sua maioria, estatais, ou possuem participação estatal, acabam representando, de certo modo, o próprio governo em negociações com os gestores públicos nos diferentes níveis de governo no Brasil.

Nosso escritório, Murray Advogados, estruturou, há alguns anos, uma área específica para assessorar investimentos chineses no Brasil, um “Chinese desk”. Através de nossa sociedade internacional, o PLG International Lawyers, possuímos escritórios em algumas importantes cidades chinesas, tendo visitado aquele país por diversas vezes nos últimos anos, inclusive a convite do próprio Ministério do Comércio da República Popular da China, como ocorreu em maio deste ano.

Para trabalhar em bases diárias com empresas chinesas, é vital que se entenda esta cultura tão rica e antiga, que ultrapassa os 5 mil anos. É fascinante ver como a antiga e tradicional cultura chinesa permanece tão presente e atual, exercendo grande influência no mundo corporativo chinês, e agora global, em pleno século 21.

Eduardo Augusto Murray é advogado do escritório Murray – Advogados, de São Paulo.

Responder