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Publicado na Edição 289 Fevereiro 2019

Murray

Importância das relações Brasil-China

Eduardo Augusto: “A China só investe onde é bem-vinda”

Importância das relações Brasil-China

Eduardo Augusto Murray

As relações entre Brasil e China remontam a 1812, quando Maria I, rainha de Portugal, chamada de “Maria, a louca” e também de “a piedosa”, então no Brasil, importou trabalhadores chineses para trabalharem em uma plantação de chá no estado do Rio de Janeiro.

Décadas depois, em 1900, houve uma nova onda imigratória de chineses para o Brasil, desta vez para São Paulo.

Com a grande revolução chinesa de 1949, as relações formais entre Brasil e China foram interrompidas e apenas restabelecidas em 1974. Dois anos mais tarde, em 1976, teve início a abertura econômica da China, ano em que Mao Tse-Tung morreu e Deng Xiaoping conquistou o poder político. As mudanças praticadas por Deng Xiaoping foram até o final dos anos de 1990 e tiveram, indiscutivelmente, um caráter mais econômico do que político.

Há uma mística no povo chinês de se considerarem como o “Império do Meio” ou “o país que está no centro do planeta Terra”, pois supostamente a China seria a “única superpotência econômica, política, tecnológica, social e cultural do mundo”.

Este pensamento não é tão exagerado nos dias de hoje, ao menos sob a ótica brasileira. Em 2009, a China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil. O comércio bilateral cresceu de 6,7 bilhões de dólares em 2003 para 36,7 bilhões de dólares em 2009.

Desde 2009, a China permanece como o maior parceiro comercial do Brasil, à frente dos Estados Unidos, da União Europeia e de países árabes. A balança comercial entre os dois países tem saldo positivo para o Brasil. Em 2017, os investimentos chineses diretos no Brasil atingiram US$ 11,3 bilhões, muito embora, em 2018, tenham caído para US$ 2,8 bilhões, provavelmente devido às incertezas provindas das eleições presidenciais e às expectativas de mudanças em marcos regulatórios.

Claramente a China representa, de longe, o mais importante e promissor parceiro comercial do Brasil há muitos anos.

Esperamos que o atual governo brasileiro tenha a inteligência necessária para entender a gigantesca importância das relações entre Brasil e China e não comprometa o intercâmbio construído até então, tendo em vista que a China só investe onde é bem-vinda.

Temos escritórios em Shanghai, Beijing o Hong Kong e estamos aptos a prestar assessoria a empresas que queiram ter negócios na China ou com empresas chinesas. Também prestamos assessoria a diversos grupos chineses no Brasil.

Eduardo Augusto Murray é advogado do escritório Murray – Advogados, de São Paulo.

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