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Publicado em 24/12/2018 - 7:45 am em | 0 comentários

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Substituir fogos de artifícios por artefatos visuais e sem ruídos

Alerta do Conselho Federal de Medicina Veterinária

Substituir fogos de artifícios por artefatos visuais e sem ruídos

Com base em estudos científicos, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) defende que fogos de artifícios com estampidos sejam proibidos e gradativamente substituídos por fogos sem ruídos em todo território nacional. De acordo com a CFMV, já há comprovação científica dos danos irreversíveis para animais e seres humanos causados por artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso e, por isso, recomenda-se a utilização de fogos visuais, que trazem luzes e cores e não produzem efeitos sonoros acima do volume recomendado.

Em função da persistência no uso de fogos com estampido durante as comemorações de final de ano, essa é uma época em que aumentam as ocorrências de animais que fogem assustados, se ferem ou até morreram por medo e estresse provocados pelo barulho.

Enquanto esta situação persistir, o CFMV apresenta algumas dicas que podem ajudar os tutores minimizar os impactos negativos dos fogos nos seus animais.

1. Mantenha seu animal identificado. Se ele fugir, tem maior chance de ser encontrado. Registre seu número de telefone e e-mail na coleira do animal. Pode bordar, colocar plaquinhas gravadas, microchip e até mesmo escrever a mão em fitas de tecido.

2. Deixe seu pet ficar perto de você, pois sua presença é reconfortante em momentos de tensão.

3. Prepare o ambiente e acostume seu animal a um espaço fechado, que abafe o som dos fogos. Pode ser um quarto, a lavanderia ou a garagem. Não deixe seu pet em sacadas, perto de piscinas ou em correntes.

4. Coloque música e use essências relaxantes no ambiente. Pergunte ao médico-veterinário de sua confiança sobre ferormônios que reduzem o estresse.

5. Prepare um espaço tipo “toca” para seu cão ou gato. No caso de cães pode ser embaixo de camas ou caixas de transporte. Gatos geralmente gostam de se refugiar em locais altos, como sobre armários, prateleiras e nichos. Coloque nesta “toca” objetos com o seu cheiro, especialmente se ele não estiver na sua companhia.

6. Nas tardes dos dias 24 e 31 deixe seu pet cansado. Passeie com seu cão, faça corridas, leve para brincar com outros cães. Também brinque com seu gato, provoque corridas e pulos. Os exercícios e o cansaço deixarão seu pet mais relaxado e possivelmente menos preocupado com os barulhos.

7. Não devemos deixar ração a vontade para os cães. Se você alimenta seu cão duas vezes por dia, o alimente pela manhã normalmente e prepare brinquedos recheáveis com as comidas preferidas dele para fornecer próximo da hora de maior intensidade dos fogos. Ossos naturais bem grandes, para evitar engasgamentos, podem ser opções. O objetivo é ele esteja motivado a se entreter com os brinquedos e fique menos preocupado com o barulho.

8. Seu pet realmente se desespera com o barulho? Ele tem convulsões, atravessa janelas ou portas ou destrói paredes? Neste caso o uso de medicamentos pode ser a melhor opção. Fale com um médico-veterinário e esteja preparado.

9. Dessensibilize seu pet. Existem técnicas de treinamento para fazer com que cães e gatos sofram menos com o barulho de fogos. Fale com um profissional e treine seu pet para o minimizar o sofrimento no próximo fim de ano.

Esta é a nota técnica sobre fogos de artifício assinada pela Comissão de Bem-Estar Animal do CFMV:

Considerando que os animais, possuem uma capacidade auditiva maior que a do ser humano, sendo que qualquer som ou ruído acima de 60 dB (decibéis) pode causar estresse físico e psicológico aos animais.

Considerando que o ouvido canino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hz (Hz = Hertz, uma unidade de medida da frequência de uma onda) e 40.000 Hz; sendo que os humanos percebem sons na faixa de 10 Hz a 20.000 Hz. E que estes conseguem detectar sons quatro vezes mais distantes que o ser humano.

Considerando que os fogos de artifício podem chegar a frequências acima de 125 dB, e que sons e ruídos acima de 110 dB podem provocar perdas auditivas irreparáveis.

Considerando que sons acima de 160 dB, como durante uma explosão de fogos de artifício a 1 metro de distância, pode ocorrer ruptura timpânica em humanos e animais.

Considerando a poluição sonora e ambiental que o uso continuo e frequente de fogos de artifício impacta na saúde respiratória, auditiva e mental de humanos e animais.

Considerando o impacto dos fogos na fauna silvestre e doméstica, como a morte súbita de aves e mamíferos, os acidentes domésticos como enforcamento, quedas ou as fugas seguidas de acidentes automobilísticos.

Considerando que a utilização dos fogos de artifício não é essencial para a vida humana e que esta pode afetar negativamente além dos animais, determinados grupos de seres humanos com necessidades especiais (como pacientes epiléticos, idosos, bebês, autistas, etc).

Considerando todos estes fatores,

O CFMV entende que apesar do uso de fogos de artifício ser um costume tradicional e amplamente utilizado para diversos fins em nosso país, esta prática é dispensável para a vida humana pode causar danos irreversíveis para animais e seres humanos devido aos distúrbios causados pelos ruídos extremamente altos produzidos por estes artifícios.

Diante destes danos, entendemos que os fogos de artifício com estampidos assim como quaisquer artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso sejam proibidos e gradativamente substituídos por fogos sem estampidos em todo território nacional.

O Conselho não se opõe a iniciativa da utilização de fogos visuais, que trazem luzes e cores e que não produzem estampidos; pois o problema identificado é a poluição sonora e não interferir com às expectativas dos que esperam pelo espetáculo pirotécnico, principalmente durante grandes festas populares, já que, os fogos de artifício visuais, sem estampidos, não apresentam trabalhos identificando impactos negativos para a fauna, até o momento.

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