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Publicado em 30/03/2017 - 8:15 am em | 0 comentários

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PPPs e integração da mulher para minorar o distanciamento da era Trump

Representantes de 18 países reuniram-se para discutir infraestrutura, turismo e negócios em geral

PPPs e integração da mulher para minorar o distanciamento da era Trump

As incertezas da “era Trump” na América Latina foram substituídas pela vontade de integrar mais os mercados de seus países. Lideranças empresariais das Américas estiveram reunidas na Guatemala, a convite do CEAL-Conselho Empresarial da América Latina. “Diante de ameaças devemos agir com firmeza e inteligência”, pregou Felipe Calderón, ex-presidente do México. Para o brasileiro Ingo Plöger, importante é encontrar os denominadores comuns para o desenvolvimento, sobretudo em infraestrutura. Empresários apoiaram a ideia de Parcerias Público Privadas (PPPs).

Com 200 participantes, representando 18 países, o encontro do CEAL foi denominado “Macro Tendências Globais e a Relações com os Estados Unidos: Oportunidades e desafios para um crescimento inclusivo”. Para o presidente internacional do Conselho do CEAL, Ingo Plöger, é fundamental a busca por denominadores comuns na integração energética, comunicação, telecomunicações “e sobretudo na infraestrutura, alinhando investimentos”, comentou, para adiante destacar que no momento em que os Estados Unidos fecham seu mercado, a competitividade e atratividade dos latino-americanos deve ser ressaltada e aproveitada.

Carlos Raul Morales, ministro das Relações Exteriores da Guatemala, participou da abertura, ao lado de Júlio Héctor Estrada, ministro das Finanças e de Jorge Mario Chajón, diretor do Instituto Guatemalteco de Turismo (Inguat).

Camilo Atala, presidente executivo do CEAL e empresário hondurenho abordou os desafios diante da nova realidade que impacta as Américas. “Os ventos da incerteza na política de comércio exterior que hoje sopram, após a posse do novo presidente dos Estados Unidos, são contraproducentes para a atmosfera de colaboração sustentável dos países latino-americanos”, disse.

A Corporação Interamericana de Intervenções (CII) mostrou sua visão sobre como criar oportunidades de investimento rentáveis em infraestrutura e promover o desenvolvimento econômico do setor privado na América Latina. Empresários apoiaram a necessidade de envolver-se, por meio de parcerias público-privadas, e apoiar os governos no desenvolvimento de infraestruturas de transportes, energia e telecomunicações que apoie a integração, produtividade e a sempre imprescindível mobilidade social na região.

Quatro forças globais mudarão o mundo: a rápida mudança tecnológica, o envelhecimento da população, a urbanização e as conexões globais. Este foi o trecho mais destacado da apresentação de Andrés Cadena, diretor do McKinsey Global Institute, sobre as macrotendências que irão acelerar as transformações do mundo, com efeitos na América Latina. “Temos de reagir coletivamente para encontrar soluções, e, os modelos de negócios terão de acomodar-se em velocidade cruzeiro”, enfatizou Cadena.

Um dos pontos unânimes é que o setor privado deverá atuar mais acentuadamente na paridade de gênero, com a inserção da mulher na economia formal, já que isso poderia gerar um impacto positivo de um ponto no PIB da região, de acordo com Cadena.

Sérgio Roitberg, CEO da consultoria Newlink, abordou a questão de como as novas tecnologias podem prejudicar – da noite para o dia – a reputação de indivíduos, famílias e empresas que tem trabalhado a vida inteira para construir um legado. Roitberg manifestou a importância de tratar reputação como se fosse um ativo financeiro, porque “nós vivemos agora na Economia Reputação, onde esta afeta diretamente a saúde econômica e financeira de organizações e indivíduos”.

Durante esta Primeira Junta Ampliada de CEAL 2017, o turismo também foi o foco de interesse, sendo um setor de constante crescimento e uma das atividades com maior potencial para o desenvolvimento econômico da região.

E depois de Felipe Calderon afirmar que “diante destas ameaças, devemos agir com firmeza e muita inteligência para não permitir que a visão equivocada de alguns poucos, destrua uma relação de prosperidade para a região”, o encontro acentuou o valor e a força da unidade, ressaltando que o diálogo é uma oportunidade para cumprir a missão da CEAL visando à construção de um ambiente melhor, compreendendo os desafios enfrentados pela região a fim de conseguir se adaptar, crescer e ter sucesso no curto e longo prazos.

O Conselho Empresarial da América Latina, CEAL, é uma rede de empresários que surgiu há 28 anos com o objetivo de estimular a participação ativa do setor privado no desenvolvimento econômico de seus países membros e, em particular, a integração regional e de coesão educacional.

Composto por mais de 600 líderes empresariais de 20 países, o CEAL se reúne para promover o comércio e desenvolvimento entre os membros. Atualmente é composto por Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Estados Unidos Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

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