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Terça, 23 De Abril De 2024
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Publicado em 23/04/2020 - 7:28 am em | 0 comentários

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Pandemia ou pandemônio?

Dúvidas pairam novamente sobre a sociedade

Pandemia ou pandemônio?

Ricardo Beschizza

Nunca pensamos em passar por um momento como este, a não ser nos filmes que assistimos em aplicativos de streaming, como o Netflix (muito popular no momento). Em algum lugar no passado, precisamente em 1990, fomos todos surpreendidos em um domingo à noite pelo Plano Collor, da então ministra Zélia Cardoso de Melo: na segunda-feira, todos nós, brasileiros, ficamos com, no máximo, 50 mil cruzados novos na conta bancária.

Foi um pandemônio, como diriam os mais antigos. Como pagar contas? Manter empregos? Como ficaria a economia? Nossas empresas?

Muitas dúvidas pairavam sobre a sociedade. As mesmas pairam novamente, em vista de tudo o que procuramos fazer diariamente, para quando a quarentena terminar e retomarmos nossas vidas. É verdade que não se tratava de um problema de saúde pública (com risco de vida da população) e sim de saúde econômica, que vamos ter que enfrentar.

Naquela época, achamos “saídas” para que a economia voltasse aos eixos. Evidentemente surgiram oportunidades e perdas de negócios como em todas as crises que o mundo atravessou. Contudo, não havia tecnologia e acesso à informação, como temos hoje, e qualquer tipo de relacionamento era “olho no olho”.

Tudo isto vai mudar… muito provavelmente uma nova ordem mundial surgirá, para todos os tipos de relacionamentos, os quais devemos estar preparados. Nesse ponto, não tenho bola de cristal para fazer qualquer tipo de previsão. O que está acontecendo, a olho nu, é a implementação de home office, calls para reuniões, delivery de todos os tipos, ou seja, mudanças em nossa rotina que vieram para ficar.

A grande questão é como ficarão os empregos na retomada da economia. Serão “novos velhos” empregos ou vamos nos reinventar novamente? Como aconteceu na época do Plano Collor, vamos viver um dia após o outro com foco no futuro e procurando solucionar todos estes problemas usando dos nossos conhecimento e experiência.

Pesando em toda essa situação, lembramos de um determinado remédio que, devidamente bem ministrado, pode trazer a “cura” para muitos males. Um remédio muito pouco utilizado em nossa sociedade ultimamente, infelizmente um coquetel de dois princípios ativos super poderosos e eficientes: a COERÊNCIA e o BOM SENSO.

Vamos pensar coletivamente e no coletivo. Não existe centro, direita, esquerda, os pontos cardeais… existimos todo nós!!! Ainda estamos no primeiro tempo de um jogo que, desde já, sabemos que não terá intervalo e além do período regulamentar, terá, com certeza, algum tipo de prorrogação (sem morte súbita, por favor!!!). O que escrevemos hoje, pode ser que amanhã já não valha mais de nada e que outras atitudes e políticas sejam necessárias para minimizar o resultado do que estamos vivendo.

A minha experiência de isolamento social uniu ainda mais minha família e redescobrimos o prazer de morar com minha mãe e filha (minha sogra já residia conosco), assim como as refeições sem horários e compromissos a cumprir nesta sagrada hora familiar. Além disso, estou dividindo as tarefas domésticas com minha esposa, as quais ficarão marcadas para sempre na minha lombar!

Ricardo Beschizza é engenheiro civil e presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob).

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