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Publicado em 25/10/2019 - 7:51 am em | 0 comentários

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Mostra Diversa apresenta panorama de projetos com temática LGBTI+

Orientações, expressões e identidades de gênero dissidentes

Mostra Diversa apresenta panorama de projetos com temática LGBTI+

O Museu da Diversidade Sexual de São Paulo inaugura hoje, às 17 horas, a Mostra Diversa – exposição coletiva e bienal, com trabalhos que abordam a temática da diversidade sexual. Inaugurada em 2015, esta é a terceira edição do evento, que acontece até 11 de janeiro no espaço expositivo do museu – na Estação República do Metrô, piso mezanino, loja 518, com entrada pela Rua do Arouche, 24. Serão apresentados trabalhos de 19 artistas, selecionados entre os mais de 100 inscritos através de chamada pública. Entre os projetos escolhidos estão obras que questionam padrões de feminilidade, criticam a masculinidade tóxica do clichê do homem nordestino, retratam as diversas faces do processo de transexualidade, abordam questões como afetos, discriminação e a subjetividade de sexualidades não normativas em contextos periféricos.

“Tentamos sempre contemplar todas as questões que compõem o complexo universo LGBTI+. Olhamos para trabalhos que sejam representativos, que tenham força e diferentes origens geográficas e socioculturais. Priorizamos obras de artistas que geralmente não têm espaço para expor”, explica Franco Reinaudo, diretor do Museu da Diversidade Sexual.

Segundo a curadoria da mostra, as obras selecionadas na edição deste ano dialogam com o contexto atual e os desafios enfrentados pela comunidade LGBTI+ frente ao avanço do conservadorismo. Nesse sentido, os trabalhos refletem um esforço de resistência, empoderamento e de luta por visibilidade.

Com diferentes técnicas, que incluem fotografia, pintura, quadrinhos, intervenções, bordados, colagem, instalação e desenho, os trabalhos expõem questões próprias de sexualidades dissidentes.

De acordo com o diretor do museu, a escolha do vermelho-sangue na identidade visual da mostra não foi por acaso. O tom atende a uma dupla leitura, entre o sangue como rastro de violência e o líquido que bombeia o coração e alimenta a vida.

“O projeto expográfico aproxima duas leituras muito fortes. Quando você é LGBTI+ e se mostra como é, a reação imediata é a discriminação e muitas vezes a violência que gera sangue; quando você é ferido. Mas o museu todo pintado de vermelho também representa um coração, um lugar de proteção, um espaço seguro para viver sua sexualidade”, descreve Franco.

Um dos principais propósitos da mostra é oferecer a artistas da comunidade LGBTI+, ou que abordam a temática em suas obras, a oportunidade de trazer a público um trabalho autoral, de testar formatos e ter liberdade artística em um cenário ainda marcado pela escassez de visibilidade para este grupo. É o que confirma o artista Marcos Rossetton, que foi um dos selecionados na Diversa 2017. “Ter estado no elenco de artistas da mostra com um trabalho validado por um museu com um recorte curatorial tão importante para o debate social e fundamental na contemporaneidade, como o Museu da Diversidade Sexual de SP, foi um divisor de águas em meu processo artístico. Só agradeço!”.

O Museu da Diversidade Sexual tem como objetivo garantir a preservação do patrimônio cultural da comunidade LGBTQI+. Primeiro museu da América Latina relacionado à temática, o MDS foi criado por meio do Decreto nº 58.075, de 25 de maio de 2012, vinculado à Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. O MDS, que conta com um acervo de 7 mil itens físicos e 70 mil materiais digitalizados, valoriza a importância da diversidade sexual na construção social, econômica e cultural do Estado de São Paulo e do Brasil. A Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA) faz a concepção, gestão e manutenção do espaço.

Mais em www.mds.org.br

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