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Publicado em 29/03/2016 - 10:20 am em | 0 comentários

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H1N1. Mulheres têm mais problemas respiratórios que homens

Hormônios femininos podem estar relacionados...

H1N1. Mulheres têm mais problemas respiratórios que homens

Cerca de 44% dos brasileiros apresentam sintomas de problemas respiratórios, conforme pesquisa recém-divulgada pelo Ibope. As mulheres, em muitas dessas doenças, aparecem como as mais afetadas. No Brasil, a asma, por exemplo, faz mais vítimas entre o sexo feminino: cerca de 3,9 milhões de mulheres apresentam a enfermidade contra 2,4 milhões de homens asmáticos, com base em dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fatores como diferente percepção de obstrução das vias aéreas, diferença na capacidade de resposta a infecções respiratórias e variação na saúde brônquica entre os sexos podem explicar o porquê de haver uma maior incidência de sintomas respiratórios entre elas.

Uma corrente de alergistas, entretanto, defende que o principal fator está relacionado à influência negativa de determinados hormônios sexuais femininos em seu sistema imunológico. Desenvolvido por médicos do Brasil Sem Alergia em parceria com pesquisadores da Universidade de Mumbai e da Universidade do Texas, um trabalho científico, por exemplo, indicou que mulheres grávidas são mais suscetíveis a infecções respiratórias em comparação a não gestantes. A pesquisa, que foi realizada na Índia e publicada na International Journal of Health and Allied Sciences, confirmou que grávidas têm mais chances de evoluir para quadros mais graves de doenças respiratórias devido a maior presençade hormônios sexuais.

“Durante a gestação há uma verdadeira explosão hormonal que leva a uma grande desregulação no sistema imune das mulheres. O crescimento descontrolado da progesterona, causadora desse distúrbio, acaba gerando muitas complicações respiratórias”, explica o coordenador técnico do “Brasil Sem Alergia”, o médico alergista Marcello Bossois. Integrante da pesquisa científica, o especialista ressalta que tal influência dos hormônios femininos não ocorre apenas no caso de grávidas: “Em determinadas situações da vida da mulher há uma interação dos hormônios com proteínas carreadoras do sangue como albumina e globulina, que adquirem uma forma de antígeno provocando uma resposta imunológica com exacerbações de reações respiratórias”.

A alergia hormonal – como é chamada a influência hormonal no sistema imune da mulher – pode surgir desde a adolescência até a sua fase madura. Causador de diversos incômodos nas vias respiratórias, o problema poderá aparecer, segundo essa corrente de médicos, em diversos períodos da vida das mulheres, mas é mais comum no início da puberdade, na gestação, na chegada da menopausa ou até em períodos pré-menstruais.

Mas o problema parece ainda não ter um tratamento específico, é o que diz outra médica do Brasil Sem Alergia. “Nosso conselho é no controle e na prevenção”, lembra Patrícia Schlinkert: “Sabemos que a desregulação hormonal leva a quadros de alergias respiratórias, então o caminho é tentar evitá-las ao máximo”. Segundo os médicos, a prevenção das alergias respiratórias consiste num tripé terapêutico: controle do ambiente doméstico, controle alimentar e administração da imunoterapia para mulheres alérgicas.

Com mais de 120 mil atendimentos gratuitos já realizados – equivalente à população de Resende (RJ) –, o Brasil Sem Alergia é um projeto social que oferece diversos procedimentos de prevenção, combate e controle de processos alérgicos e de doenças ligadas ao sistema imunológico. Com três postos na Baixada Fluminense (Duque de Caxias, Xerém e Nova Iguaçu), a equipe da ação social realiza gratuitamente testes alérgicos, atendimento médico, orientação clínica, serviço de acupuntura para tratar alergias e exame de espirometria para diagnóstico de alergias respiratórias. Coordenado pelo médico Marcello Bossois, o projeto está à disposição de toda a população do Rio de Janeiro de segunda a sábado, com agendamento através dos telefones (21) 3939-0239 ou (21) 2652-2175 ou pelo site www.brasilsemalergia.com.br

 

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