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Publicado em 14/08/2017 - 11:23 am em | 0 comentários

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Contêineres no mar: “acidente”, “crime”, “ameaça ao meio ambiente”…

Contêineres abriram, ou foram abertos, e saqueados...

Contêineres no mar: “acidente”, “crime”, “ameaça ao meio ambiente”…

Os secretários de Meio Ambiente de oito dos nove municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista divulgaram Carta Aberta à População. Intitulada “Um novo acidente”, os secretários de Santos, São Vicente, Guarujá, Bertioga, Cubatão, Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém questionam a posição das autoridades portuárias sobre o “acidente” no navio “Log in Pantanal”, ocorrido na madrugada de sexta-feira, que resultou na queda de 45 contêineres no mar da barra de Santos.

O episódio está sendo investigado em conjunto pela Marinha, por meio da Capitania dos Portos, e Polícia Civil. Entre as hipóteses, ele pode ter sido causado tanto pela movimentação da maré, quanto ter sido criminoso. O fato é que, no mar, os contêineres abriram, ou foram abertos por pescadores/piratas, e muitos produtos, como impressoras, bicicletas, mochilas etc., foram saqueados.

Ainda não foram localizados todos os 47 contêineres – ou mais, ou menos! – que caíram no mar, nem divulgado o que cada um continha.

Esta é a integra da carta:

“Ao invés de famílias caminhando pela orla e grupos praticando lazer e esporte, o cenário do último final de semana nas praias da região poderia ter sido muito, muito diferente – ecossistema marinho contaminado, vidas afetadas, infraestrutura comprometida, comércio e turismo prejudicados.

A queda de 45 contêineres no mar é, portanto, um novo sinal de alerta, mais uma advertência para toda a sociedade, principalmente quando sabemos que o Porto de Santos recebe, por ano, mais de 3 milhões de contêineres.

Diante disso, que constatações tiramos do acidente com o navio Log in Pantanal?

A mais alarmante é o silêncio com que as autoridades portuárias trataram o tema.

Sob que circunstâncias e por quais motivos agiram assim, não se sabe. O que ficou patente, porém, foi o silêncio, um comportamento que parece se tornar praxe nessas ocasiões, o que gera uma profunda sensação de insegurança.

E isso em um porto que, salientamos, recebe mais de 3 milhões de contêineres por ano, um porto no qual, recentemente, descobriram-se, esquecidos (!), centenas de cilindros de substâncias altamente tóxicas, capazes de provocar uma catástrofe sem precedentes.

Nós, como secretários de Meio Ambiente da Baixada Santista, queremos construir uma relação de reciprocidade. Queremos que haja confiança e parceria em tudo que cerca a relação porto-cidade.

Mas, para isso, precisamos, acima de tudo, de transparência – um princípio basilar em qualquer convívio que conjuga dignidade com profissionalismo.

Nós, como secretários de Meio Ambiente da Baixada Santista, exprimimos aqui, nesta Carta Aberta, não apenas a nossa preocupação, mas também e principalmente o anseio de que tais fatos, dentro desse contexto de desinformação, não se repitam jamais.

Acidentes acontecem. Que todos estejamos preparados, alertas e definitivamente unidos para atuarmos conjuntamente. Essa é a verdadeira forma de demonstrar respeito por todos que aqui vivem e nos visitam.

Com serenidade e firmeza.

Marco Antonio Godoy, secretário Municipal de Meio Ambiente de Bertioga

Mauro Haddad Nieri, secretário Municipal de Meio Ambiente de Cubatão

Sidnei Aranha, secretário Municipal de Meio Ambiente de Guarujá

Ruy Manoel Alves dos Santos, secretário Municipal de Meio Ambiente de Itanhaém

Marcelo da Silva Ramos (diretor), Departamento de Meio Ambiente de Mongaguá

Israel Lucas Evangelista, secretário Municipal de Meio Ambiente de Praia Grande

Vitor Carlos Vitório do Espírito Santo, secretário Municipal de Meio Ambiente de São Vicente

Marcos Libório, secretário de Meio Ambiente de Santos”.

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Mar agitado…: causas do “acidente” estão sendo apuradas

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